quinta-feira, 15 de maio de 2014

RESENHA: Vinte garotos no verão

Quando alguém que você ama morre, as pessoas perguntam como você está, mas não querem saber de verdade. Elas buscam a afirmação de que você está bem, de que você aprecia a preocupação delas, de que a vida continua. Em segredo, elas se perguntam quando a obrigação de perguntar terminará (depois de três meses, por sinal. Escrito ou não escrito, é esse o tempo que as pessoas levam para esquecer algo que você jamais esquecerá). As pessoas não querem saber que você jamais comerá bolo de aniversário de novo porque não quer apagar o sabor mágico de cobertura nos lábios beijados por ele. Que você acorda todos os dias se perguntando por que você está viva e ele não. Que na primeira tarde de suas férias de verdade você se senta diante do mar, o rosto quente sob o sol, desejando que ele lhe dê um sinal de que está tudo bem.


Li o livro rapidinho, afinal a autora tem uma linguagem acessível e ritmo de narração muito bom. Os personagens também são verossímeis e gostei demais da Anna e me chateei um bocado com a Frankie. A relação fraternal delas é um dos motes do livro e foi bem apresentado, mas eu não seria tão legal como a Anna foi e perdoaria certas atitudes da Frankie.

O que eu curti foram as indecisões da Anna. Eu imagino que seja bem confuso você estar apaixonada por uma pessoa e ela morrer. Se permitir apaixonar novamente deve trazer muitas dúvidas e a autora retratou isso bem. Questionamentos como "se eu gostar de tal pessoa, vou esquecer tudo que passei e que sinto tanta falta da outra?" eram constantes, mas de uma maneira significativa e que não se tornou cansativo.

Entretanto, acho que tinha muito assunto para desenvolver e que seria muito mais interessante para a estória. A falta de diálogo entre os pais da Frankie e ela, por exemplo, podia render  muito e estaria totalmente dentro do enredo. Neste sentido, acho que a autora não foi muito corajosa. Vários momentos eu tinha a nítida impressão que ela enfim colocaria os três para expor seus problemas, porém logo me decepcionava. 

Ok, eu sei que o livro trata de como a Anna se sente com a morte do Matt e como isso tem impacto na sua vida, só que a forma que Frankie se comporta também se reflete muito na Anna. Afinal, ela sempre fala que quer ajudar a melhor amiga e lembra muito como o Matt sempre a estava defendendo. Então, não seria mais coerente tratar disso?

O final mostra respostas para algumas questões e deixa outras em aberto (gostei disso) e fica a cargo do leitor imaginar se de alguma forma os personagens enfim encararam seus problemas. Não é um livro tão bom como eu achei que seria, mas ainda sim acho válida a leitura e foi agradável de ler.

Sobre o livro:
ISBN: 9788581633657
Autora: Sarah Ockler
Editora: Novo Conceito
Ano: 2014
Páginas: 288

6 comentários:

  1. Ola!!!
    Monique acredito que nós temos a mesma opinião. Também gostei muito da Anna e como te falei odiei a Framkie, que menina chata e sem noção!!!!!
    Bjos

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  2. Mô, quando eu for ler esse livro não irei com tantas expectativas assim... Alguns pontos que você colocou na resenha me deixaram receosa...

    beijos,
    Mi
    http://inteiramentediva.blogspot.com.br/

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  3. Seus comentários na resenha a respeito da personagem me comoveram e isso me deixou bastante curiosa. E já antipatizei de cara com a amiga dela,a Frankie. Que menina sem noção. Quero ler este livro logo. Adorei.

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  4. A Frankie é uma chata u.u rsrs
    Mas o livro é legal =D

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  5. kkkkkkkkkkk Dany, implicamos com os mesmos pontos.

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  6. Eu também ficaria receosa, mas como eu disse, é livro rápido, num instante termina.

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