sábado, 28 de agosto de 2021

Lemos na Fábrica: Julho 2021

Quem anda super lenta para ler levanta a mão! Pois é, acho que estou numa ressaca literária daquelas e não tenho rendido muito nas leituras. Porém estou contente com o que li, foram enredos interessantes. 


"A mão e o tamboril (It's okay to not be okay #04)", Jo Yong e Jam San: O enredo foi, dos quatro que li até o momento, o que mais fez sentido para mim. Para mim foi um exemplo claro de quando nosso cuidado vira limitação para a pessoa cuidada, a impedindo de fazer coisas por si mesma, ser independente e aprender com os próprios erros. Essa mensagem só ficou ainda mais perfeita com as ilustrações do Jam San. Resenha aqui

terça-feira, 24 de agosto de 2021

RESENHA: Cartas para minha avó

Um relato memorialístico pungente e sensível sobre ancestralidade, feminismo e antirracismo na criação de filhos.
No mais pessoal e delicado de seus livros, a filósofa Djamila Ribeiro revisita sua infância e adolescência para discutir temas como ancestralidade negra e os desafios de criar filhos numa sociedade racista. O relato se dá na forma de cartas a sua saudosa avó Antônia – carinhosa e amorosa, conhecedora de ervas curativas e benzedeira muito requisitada.
A cumplicidade que sempre houve entre avó e neta é o que permite que a autora rememore episódios difíceis, como a perda do pai e da mãe, as agressões que sofreu como mulher negra no Brasil e os desafios para integrar a vida acadêmica. Djamila também fala de relacionamentos amorosos e experiências profissionais, das músicas, das leituras e das amizades que a acompanharam em sua construção pessoal – e da percepção paulatina de que a memória das lutas e das conquistas das pessoas negras que vieram antes de nós é a força que nos permite seguir adiante.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

RESENHA: Em busca da feição real (It’s Okay To Not Be Okay #05)

Com personagens cativantes e uma estética inovadora, o drama sul-coreano It’s Okay to Not Be Okay (Tudo bem não ser normal) conquistou uma legião de fãs ao redor do mundo e movimentou as redes sociais brasileiras a cada novo episódio lançado pela Netflix. Na produção, uma escritora de livros infantis bastante peculiar, um enfermeiro que trabalha em um hospital psiquiátrico e seu irmão mais velho, com transtorno do espectro autista, precisarão enfrentar seus traumas e medos para conseguir vivenciar o amor e criar laços.
Poéticas, impactantes e com belas ilustrações, as obras da personagem Ko Moon-young são os fios condutores da trama e encantaram os espectadores. Agora, a coleção está completa com a chegada dos dois últimos títulos. Contos de fadas modernos, essas narrativas cativantes, por vezes sombrias, abordam com honestidade temas como egoísmo, abandono, amor, empatia e felicidade.
Era uma vez um castelo nas profundezas de uma floresta. Nele viviam três crianças que tiveram suas feições reais roubadas por uma bruxa. Com o passar do tempo, elas decidem que, para serem felizes novamente, precisam recuperar seus rostos. Então embarcam em uma jornada repleta de desafios e de encontros surpreendentes, que vai lhes ensinar que para sermos felizes de verdade precisamos de coragem para nos livrarmos de nossas máscaras.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

RESENHA: Continuo Preta - A vida de Sueli Carneiro

Uma das maiores intelectuais públicas do Brasil, referência histórica do movimento negro, biografada por uma das mais promissoras vozes da nova geração.
Sueli Carneiro é uma das principais intelectuais públicas brasileiras. Em mais de quarenta anos de ativismo, ela vem combinando escrita, academia e intelectualidade para qualificar uma luta política que enegreceu o feminismo no Brasil e, ao mesmo tempo, colocou as mulheres como protagonistas do movimento negro.
Entre a esquerda e a direita, sei que continuo preta. Mais do que célebre, a tirada proferida por Sueli Carneiro sintetiza um lugar político fundamental para o movimento negro brasileiro. E sua vida oferece o desenho exemplar dessa posição.
Para dar conta de uma longa trajetória política, que se confunde com a própria história do Brasil pós-redemocratização, a jornalista Bianca Santana realizou dezenas de horas de entrevistas e empreendeu uma escavação documental cuidadosa nesta biografia que é, a um só tempo, tributo à caminhada de Sueli Carneiro, repositório de informação sobre a luta das mulheres negras no Brasil e, por tudo isso, preciosa fonte de inspiração para as futuras gerações.

domingo, 8 de agosto de 2021

Assistimos na Fábrica: Julho 2021

 E não é que em Julho eu consegui assistir alguns filmes? Nem eu estou acreditando na minha façanha! Também inventei de começar um drama com quarenta episódios, mas é remake de um dos meus preferidos e não pude resistir.  


The devil judge (drama sul coreano 2021): É uma distopia que se passa após uma pandemia e mostra os efeitos na sociedade coreana carente do básico: alimentação, emprego e segurança. Vemos o juiz estrela Kang Yo Han apresentar um programa onde julgamentos são realizados e os espectadores decidem se o réu é culpado ou não. Claro que o foco é como a política trabalha para sugar os recursos no lugar de investir na população e como o passado de várias dessas pessoas poderosas é sujo. É um drama tenso, cheio de reviravoltas e onde nada é o que parece. Eu gosto dos personagens principais, de como o Ga On é uma voz de justiça real e a relação de confiança dele com a melhora amiga policial. Já o Yo Han é a pessoa que queremos dar razão mesmo não concordando com suas ações. Vi metade do drama até o momento e todo episódio me surpreende de várias formas e tem me deixado fascinada com o desenvolvimento.

terça-feira, 3 de agosto de 2021

SORTEIO: Acorda para a vida, Chloe Brown + resultado Julho


Olá! Tudo bem?

Espero que julho tenha sido um bom mês para todos! O livro de Agosto será "Acorda para a vida, Chloe Brown" e a resenha está aqui. Para participar é só seguir as regras e o formulário abaixo:

domingo, 1 de agosto de 2021

RESENHA: Meu corpo virou poesia

Em seu primeiro livro de poesia, Bruna Vieira percorre uma viagem para se reencontrar.
Em 2017, Bruna Vieira fez as malas, deixou a vida no Brasil de lado e foi escrever uma nova história em outro país, vestida de coragem e guiada por um sentimento que sempre foi sua maior prioridade: o amor.
Com o tempo, porém, os dias foram ficando cada vez mais longos e solitários. Era como se naquele lugar o amor tivesse perdido o equilíbrio e se tornado uma obrigação. Foi bem perto do fim e de jeito mais frio que ela finalmente se deu conta: é impossível ser "nós" sozinha.
Formado por quatro partes – cabeça, garganta, pulmão e ventre –, este livro é um mapa. Um mapa que leva Bruna de volta à escrita e a si mesma. São relatos reais, repletos de lembranças, aprendizados e cicatrizes, que agora deixam o corpo da autora para encontrar o seu, em forma de poesia.
Ao tocar em temas como autoestima, amizade feminina e relacionamentos (com o outro e sobretudo consigo mesma), Bruna olha para dentro e nos convida a percorrer nestes versos nossa própria viagem de autodescoberta.