Eles mal se conhecem. São apenas dois jovens trocando mensagens de texto. Mas cada palavra vai mudar suas vidas para sempre. Essa é a história de Penny e Sam.
Ela tem dezoito anos e acabou de sair de casa rumo à universidade. Longe da mãe expansiva e do namorado sem graça, vai finalmente se dedicar ao sonho de ser escritora. Só não contava que essa nova vida traria também novos obstáculos: pessoas, o maior pesadelo de qualquer introvertido.
Ele, por sua vez, está perdido na vida. Em todos os níveis. Aos vinte e um anos, os poucos dólares na conta, a mãe alcoólatra e a ex-namorada complicada não o ajudam a se manter são. Só lhe resta fazer os doces mais mirabolantes para o café onde trabalha (e mora), concluir sua faculdade a distância e tentar (sem muito sucesso) não surtar.
Por um acaso do destino — também conhecido como um ataque de pânico no meio da rua —, eles passam a trocar mensagens de texto inofensivas. Mas o que começa como um simples contato de emergência salvo no celular se torna a conexão mais importante da vida deles.Aos poucos, esses jovens introvertidos e problemáticos se tornam dois amigos dividindo angústias, sonhos, piadas e inspirações. Duas pessoas que quase nunca se veem, mas que estão juntas o tempo inteiro. Dois solitários que, finalmente, não estão mais sozinhos.
Com perspicácia, humor e grande sensibilidade, a estreante Mary H.K. Choi traça o retrato de uma geração cujos relacionamentos se entrelaçam à evolução tecnológica. Uma história capaz de causar nos leitores o frio na barriga que só as melhores comédias românticas podem proporcionar.
Como não querer ler esse livro depois dessa sinopse? Como não querer ler depois dessa capa linda? Claro que eu não resisti e fui conferir. Fiquei ainda mais animada quando percebi que a protagonista era descendente asiática e comecei a leitura bem animada.
Os temas são vastos: família, traumas, futuro, problemas financeiros e amorosos, racismo, falta de perspectiva. Penny e Sam estão no meio dessa tempestade de acontecimentos, meio perdidos, e sem saber lidar com suas próprias vidas e é o tipo de momento que todos já passaram, mesmo sem tantos percalços assim. Vamos conhecendo os personagens de forma alternada, com capítulos do ponto de vista do Sam e da Penny.
Gostava bem mais das narrativas do ponto de vista do Sam, por mais que não considerasse seus pensamentos iniciais sobre Lorraine saudáveis. Creio que a maior parte de suas escolhas são sábias, e ele tende a ser bem responsável, apesar de fugir de algumas situações. Já Penny dava para entender um pouco seus problemas com a mãe, mas me deixava realmente chateada como ela a evitava, além da maneira de julgar os outros.
No geral, acho que os personagens precisam muito de ajuda no âmbito emocional, e quando falo de ajuda é a profissional. A maneira que Penny tem de afastar as pessoas tem um motivo, assim como o passado pesado do Sam o faz ser tão intenso, porém nenhum dos dois resolveu, ou pelo menos buscou resolver, de verdade seus grandes questionamentos, e imagino que faltou a narrativa dar uma importância maior a isso, até porque serviria de aviso e informação - e, quem sabe, incentivo para se cuidar - para quem lê.
As trocas de mensagens foram muito boas. Para mim é um recurso narrativo eficiente, e dá uma dinâmica e ritmo diferentes, com mais possibilidades quando usados como complemento. Vemos facilmente como as mensagens aproximam os personagens e são um respiro na situação difícil que cada um passa.
Gostei da narrativa, o enredo te prende e me vi lendo muito rápido o livro porque me apaguei aos personagens e torcia para que algo desse certo na vida deles. Por mais que pense sobre alguns temas que poderiam ser melhor trabalhados e que enriqueceriam ainda mais a trama, gostei do livro e ficarei atenta sobre a autora.
Sobre o livro:
ISBN: 9788551005323
Autora: Mary H.K. Choi
Editora: Intrínseca
Ano: 2019
Páginas: 336
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