Conforme a idade limite para estrear se aproxima, a competição para integrar o novo grupo feminino da DB fica mais acirrada, com algumas trainees dispostas a fazer de tudo para se destacar. Rachel sabe que essa é sua única chance e que não pode falhar. Em meio a dietas, pressão e intrigas, a última coisa que ela esperava era se apaixonar. E menos ainda por Jason Lee — o maior astro da DB, que está em busca de uma parceira de dueto. Charmoso, lindo e talentoso, ele é exatamente o tipo de risco que ela não pode correr, mas ao qual não consegue resistir. Só que no amor e no K-pop, vale tudo, e Rachel vai brigar pelo seu futuro e por sua chance de brilhar.
Em sua estreia na literatura, a estrela Jessica Jung, ex-membro do lendário grupo feminino Girls’ Generation, se inspira em sua própria trajetória e revela os bastidores da indústria do K-pop na etapa inicial: a formação dos idols. Shine: Uma chance de brilhar é uma história inesquecível sobre o poder da música e os sacrifícios por trás do sucesso.
Eu amo k-pop, já assisti um festival em 2014 no Rio de Janeiro e gosto demais da mobilização que o gênero musical atinge. Tenho grupos preferidos (beijo para o EXO, CNBLUE, INFINITE e GOT7), acompanho o trabalho deles e tenho até álbuns. E tanto tempo sendo fã me ensinou que muitas partes da indústria não são nada saudáveis (não que alguma indústria áudio visual seja) e foi pensando nesse aspecto que me interessei por Shine. Não consegui pensar em nada melhor que ter a visão de uma idol sobre o assunto.
Jessica no apresenta a Rachel, uma americana de ascendência coreana (como ela) e seus obstáculos como trainee. A rotina dela com treinamentos, dietas, e o tratamento ruim por parte das colegas e staff da empresa me pareceu muito real, assim como suas reflexões sobre sua origem. Nesses anos acompanhando k-pop não faltaram denúncias sobre isso.
Os empecilhos ao tentar conciliar vida pessoal e profissional é um ponto bastante abordado, em especial como as necessidades do treinamento fez mudar a rotina de toda a família. Rachel se sente culpada, ainda que não consiga deixar de lado seus sonhos. Ela está sempre tentando compensar toda a mudança, principalmente com a sua irmã, Leah.
A proibição de namoro durante um tempo também é uma realidade e Rachel passa por muitas questões sobre o assunto. Ela está apaixonada, mas sabe que viver essa paixão pode acabar com a carreira. Foi um ponto o qual impliquei um pouco com os acontecimentos porque achava não serem muito compatíveis com a visão da própria Rachel, mas depois ficou bem explicado o porquê. E me pegou de surpresa, pois realmente não esperava. Gostei muito.
Quando a Jessica saiu do Girls Generation foi uma avalanche de informações e até hoje acho tudo muito estranho. Então tem determinadas partes do livro que me deixavam pensativa se algo daquele tipo tinha acontecido com ela. Passei boa parte do enredo imaginando o quanto da autora tinha nas informações, o quanto da Krystal (irmã da autora e também cantora de K-pop) tinha na Leah.
Ela tentou ao máximo passar aspectos da cultura coreana como os dramas, as comidas e até os lugares como a ilha de Jeju, e eu adorei reconhecer as palavras coreanas inseridas no texto, mas me peguei pensando que talvez crie um pouco de dificuldade para quem não é familiarizado. Outro coisa que não me agradou muito foram as ligações entre eventos e cenas, pois algumas partes ficam sem muito contexto. Deu para entender tudo, só acho que podia ser melhor.
Como primeiro livro, a Jessica se saiu muito bem. É gostoso de ler, divertido e tem sua cota de assuntos necessários como as diferenças de tratamento entre homens e mulheres dentro da indústria. Foi bom ver mais esse lado dela e fico no aguardo da continuação.
Sobre o livro:
ISBN: 9786555600506
Autora: Jessica Jung
Tradução: Giu Alonso
Editora: Intrínseca
Ano: 2020
Páginas: 368
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