Isabel Allende, autora best-seller do New York Times, apresenta neste romance arrebatador a épica história da centenária Violeta Del Valle, uma mulher que testemunhou toda a efervescência do século XX.
Violeta veio ao mundo em um dia tempestuoso de 1920, a primeira menina em uma família com cinco filhos. Desde o início, sua vida foi marcada por acontecimentos extraordinários: ainda era possível sentir os efeitos da Grande Guerra quando a gripe espanhola chegou ao seu país, pouco antes do seu nascimento.
A família saiu ilesa dessa crise, mas não conseguiu enfrentar a seguinte. A Grande Depressão transformou totalmente a vida urbana que Violeta conhecia. Sua família perdeu tudo e foi forçada a se mudar para uma parte mais remota do país. Lá, ela cresceu e terá seu primeiro pretendente.
Violeta narra sua história em uma carta a pessoa que mais ama nessa vida, contando decepções e casos amorosos, momentos de pobreza e riqueza, terríveis perdas e imensas alegrias, sempre permeando grandes eventos da história: a luta pelos direitos das mulheres, a ascensão e queda de tiranos e, em última análise, não uma, mas duas pandemias.
Contada pelos olhos de uma mulher apaixonada, determinada e com senso de humor, Isabel Allende – autora de A casa dos espíritos, Muito além do inverno, Longa pétala de mar, entre outros – nos conduz por uma vida turbulenta na forma de um romance épico, inspirador e profundamente emocionante.
Voltar a ler Isabel Allende é um prazer. A primeira vez que tentei ler Violeta foi ano passado, mas não consegui passar do segundo capítulo e a culpa não era do livro: essa primeira fase tem início durante a pandemia de gripe espanhola e a similiraridade com a de covid me rendeu um bloqueio que não conseguia superar. Deixei o livro de lado e somente em Fevereiro deste ano resolvi encarar novamente.
Violeta é uma personagem que passa por várias transformações durante todo o livro. Nasceu em família rica, foi mimada, perdeu tudo, recomeçou do zero, viveu uma vida simples em alguns momentos, voltou a ser rica em outros, encarou perdas, conheceu boas e más pessoas. Ela passa por vários pontos comuns a vida de qualquer pessoa e ver como ela encarava alguns deles me doia e, em outros, me dava conforto.
Tudo ligado a família dela me emocionava. Ela tem uma relação muito próxima com o irmão mais velho e, mesmo com as diferenças entre eles, se apoiavam mutualmente e achei uma das relações mais bonitas do livro. Ela cria laços com pessoas que não são biologicamente família, porém ocupam um espaço enorme em sua vida e na sua evolução como pessoa, então cada conversa, cada interação entre eles era enriquecedor.
Como o enredo se passa durante 100 anos, idade da personagem, identificamos vários acontecimentos históricos iniciando com a já mencionada gripe espanhola, passando pela grande queda da bolsa de Nova Iorque, o grande terremoto do Chile, Guerra Mundial, ascensão do nazismo e das ditaduras na América Latina até chegar a pandemia de Covid.
Além dos marcos históricos, temos muita referências à política, direitos das mulheres, relações LGBTQIA+, drogas. É um livro que trata de vários assuntos, alguns com mais intensidade do que outros, mas sempre de uma maneira interessante e dentro do dia a dia de Violeta.
A escrita da Isabel é sempre uma delícia e gosto muito da mistura entre eventos reais e fictícios. A narrativa é feita pela Violeta em carta para Camilo, um personagem que só entenderemos sua ligação com ela no último quarto do livro, e é muito legal essa escolha de apresentar o enredo. Não é uma história com grandes reviravoltas, é um vida sendo contada com tudo que nela poderia acontecer de bom e ruim e nisso a Isabel Allende é maravilhosa.
Sobre o livro:
ISBN: 9786558380771
Autora: Isabel Allende
Tradução: Ivone Benedetti
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2022
Páginas: 322
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