SILO apresentou o abrigo e seus habitantes. ORDEM contou a história de sua formação.
LEGADO relata sua ruína.
A batalha pelo Silo já foi vencida. A guerra pela humanidade só está começando. É um tempo em que, para sobreviver, os humanos precisam se manter em cidades subterrâneas, aprisionados, sem ligação com o mundo lá fora. Esse é o universo de Silo, a série de ficção científica e fantasia escrita por Hugh Howey.
Juliette, uma operária nascida nos subterrâneos, é a heroína da trama apocalíptica. Em Legado, ela se torna prefeita do Silo 18, que está se recuperando de uma rebelião. Seu governo encontra grande resistência por causa da controversa escavação para resgatar os supostos sobreviventes do Silo 17, uma empreitada vista com desconfiança que está espalhando o medo entre os moradores do Silo 18.
Como se isso não fosse um desafio grande o bastante, Juliette também recebe transmissões de Donald, a voz que alega ser líder do Silo 1 e está disposta a ajudar — mas também é capaz de fazer ameaças horríveis. Talvez Donald não seja o monstro que Juliette vê. Quem sabe ele não é a peça-chave para a salvação de toda a espécie humana? Mas será que ainda há tempo?
No último volume da série Silo, as escolhas de Donald e Juliette podem mudar o mundo… ou extingui-lo de vez.
Chega ao fim uma trilogia que me trouxe muitos sentimentos: em "Silo", comecei confusa e depois fui me adaptando a narrativa, aos acontecimentos e aos personagens, e ficando cada vez mais envolvida com a trama; em "Ordem", finalmente consegui entender porque e como o sistema de silos foi criado e o que realmente aconteceu a Terra para que fosse necessária sua utilização; e agora em "Legado", a leitura mostrou as consequências das verdades descobertas, da curiosidade e da vontade de ser livre. A trilogia me trouxe muitas perdas, sempre me apego aos personagens e muito deles não duram toda a história, mas também fiquei muito feliz por não ter me desapontado com a criação de Hugh Howey.
Embora os acontecimentos no silo um sejam muito importantes e tenham me cativado no segundo volume da trilogia, Ordem, minha atenção estava mais voltada para o silo dezoito e os planos de Juliette. Sempre muito engenhosa, ela não perde tempo em se arriscar a ter provas que o exterior é habitável, o que incomoda alguns habitantes. O melhor é que este incômodo gera outras situações que se parecem muito com nosso dia a dia: temos os falsos boatos, o medo de sair de terreno conhecido, a influência da religião nas atitudes do habitantes e a desconfiança em relação a tudo que a Juliette faz.
O fator político aqui está mais para as explicações do sistema de silos do que para o dia a dia dos personagens: temos muito mais ação, muito mais o que correr atrás, então o autor foca nas atitudes do Donald e da Juliette, embora não nos mostre o desenrolar dos acontecimentos somente no ponto de vista deles. Solo, Lukas e outros personagens também tem voz e deixam tudo mais dinâmico.
Como nos dois volumes anteriores, o autor se preocupa em construir de forma sólida sua trama, perde o tempo que acha necessário para que tudo se encaixe e funcione. E eu não poderia ficar mais satisfeita com esse cuidado, o resultado é muito bom e convicente.
O final me deixou aquela sensação agridoce de quem ainda tem esperança e futuro, mas que muito foi perdido para que isso realmente acontecesse. As respostas foram dadas, o objetivo ficou claro e agora o legado vai ser muito maior do que os personagens e leitores poderiam imaginar.
Vou sentir falta da história e dos personagens. No fim deste volume, o autor deixa uma nota ao leitor falando que um filme ou livro não acaba assim que o tempo de exibição ou as páginas chegam ao fim; ele continua na imaginação de quem acompanhou a história. Então, na minha imaginação, muitos personagens queridos conseguiram escapar, se reencontrar com os entes amados, começaram um nova vida. Para mim, a trilogia Silo continua.
Sobre o livro:
ISBN: 9788580579413
Série: Silo
Volume: 03
Autor: Hugh Howey
Editora: Intrínseca
Ano: 2016
Páginas: 368
A série:
1. Silo
2. Ordem
3. Legado
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