Criada por Jeff Lemire e Dean Ormston, a premiada série Black Hammer conquistou o público e a crítica ao unir elementos de grandes clássicos dos quadrinhos, tramas únicas e personagens complexos. Sucesso inquestionável, agora a intensa jornada se encaminha para o desfecho, quando finalmente vamos descobrir o que aconteceu com os maiores heróis de Spiral City.
Após derrotarem o poderoso e maligno Antideus, eles caíram no esquecimento ao se verem presos em um estranho purgatório: uma fazenda isolada e misteriosa da qual não conseguem sair. Por dez anos viveram como uma família, escondendo sua verdadeira natureza dos habitantes locais. Até que uma visita vinda de seu antigo mundo consegue chegar até eles, trazendo consigo a esperança de voltarem para casa, mas também o prenúncio de uma era de caos e destruição.
Neste quarto e último volume, mais segredos vêm à tona, e quando a verdade sobre o que aconteceu naquela batalha fatídica é revelada, o mundo dos ex-heróis muda completamente outra vez. Com o equilíbrio do universo sob ameaça, eles serão obrigados a decidir se o preço que pagaram para salvar Spiral City valeu a pena.
E eis que terminamos a jornada de Abe, Barbalien, Gail e os outros. Nossos heróis aprisionados se voltam agora para onde tudo começou e tem grandes decisões a serem tomadas. Podemos aqui ver como seria a realidade de Spiral City sem a presença deles e como suas vidas seriam impactadas se cada um não tivesse sua identidade heroica.
Quando o volume começa existe um momento de estranhamento sobre o que está acontecendo e, ao mesmo tempo, temos a oportunidade de ver um aspecto dos quadrinhos que geralmente não pensamos. Foi diferente e engraçado, sem deixar a urgência da situação de lado.
os personagens são sempre o destaque. Gosto da força da Lucy, da sua busca pela verdade, mesmo nos momentos mais tensos e perigosos. Ela encara de frente e muito dos atuais problemas são amenizados por sua objetividade. Também me agrada como os erros cometidos pro alguns personagens são debatidos e, ainda sim, as pessoas são acolhidas e tratadas como a família que são. Afinal todos eles tem seus sonhos e seus desejos por uma vida satisfatória.
As referências a outros heróis estão sempre presentes, sejam os dos quadrinhos ou dos livros. Essa é uma parte do enredo que amo, pois o leitor percebe que também é uma homenagem às outras histórias, umas mais famosas que as outras, mas importantes para leitores de quadrinhos e, imagino, para os artistas que desenvolveram Black Hammer.
As cores e os traços fazem seu papel, como sempre. No começo o traço é diferente do que foi usado nos outros volumes, mas logo entendemos o porque, e o padrão volta acompanhado de cores sombrias para ajudar a definir uma Spiral City até então desconhecida, e varia de acordo com o grau de perigo que se aproxima. No final do volume encontramos várias ilustrações elaboradas por outros artistas e croquis dos estudos de cena e capas desenvolvidos por Dean Ormston.
Por fim, creio que o final encaixou direitinho com tudo que acompanhamos nos volumes anteriores. O foco foi sempre a humanidade dos nossos heróis, suas alegrias e tristezas, sua busca e aceitação. E, para mim, esse caminho foi percorrido com bastante eficácia, mostrando a única diferença deles para qualquer outro ser humano: a coragem de decidir pelo certo em detrimento de si próprio.
Sobre a graphic novel:
ISBN: 9788551006634
Volume: 04
Autores: Jeff Lemire, Dean Ormston, Rich Tommaso, Dave Stewart e Todd Klein
Editora: Intrínseca
Ano: 2020
Páginas: 192
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