sexta-feira, 25 de junho de 2021

Lemos na Fábrica: Maio 2021

Como comentei antes, Maio foi um mês difícil e isso se refletiu bastante nas minhas leituras. Dei preferência a contos e livros curtos, porque realmente não conseguia lidar com nada muito grande ou mais denso. Então o que consegui ler foi:


"A princesa leve", George MacDonald: O paralelo que o autor faz entre o fato da Princesa não sentir a gravidade e os pensamentos confusos por conta disso foi um dos aspectos que mais gostei. Essa ênfase que somente "com os pés no chão" verdadeiramente conseguimos entender nossa realidade é bem trabalhada, enquanto não comprei muito a parte romântica, mesmo que ela faça sentido dentro do enredo de "A princesa leve".


"A cidade de refúgio (Clube da Caixa Preta #09)", Rudolph Fischer:  Gosto quando leio algo que trate um pouco do Harlem porque eu não tenho grandes conhecimentos sobre, e pude apreciar uma perspectiva diferente, onde um homem negro vai para o bairro buscando refúgio e um novo começo. O interessante é como sua chegada levanta desconfiança ao mesmo tempo em que King Solomon fica feliz e sente segurança em estar entre pessoas negras como ele, e isso é mostrado principalmente quando ocorre o que seria o clímax do conto. 

"Notas sobre o luto", Chimamanda Ngozi Adichie: Notas sobre o luto é um livro bastante pessoal para a autora, mas me senti muito representada diante dos sentimentos que ela expõe. Creio, infelizmente, que em tempo de pandemia, identificação com suas palavras será imediata para qualquer leitor, o que nos mostra o quanto não estamos sozinhos. Resenha aqui.

 

"O livro branco perdido (As maldições ancestrais - Livro 02"), Cassandra Clare e Wesley Chu: Acho maravilhoso como os autores conseguem combinar sua escrita para dar ainda mais vida a personagens já conhecidos, mas que mereciam um destaque maior. Além da trama intrincada que remete ao passado de Magnus, gosto como a relação dele com o Alec é trabalhada, mostrando o amor como também as inseguranças e medos. Logo farei resenha sobre o livro.

"Bartleby, o escrivão (Sociedade das Relíquias Literárias # 14)", Herman Melville: O conto do mês passado da #SociedadeDasRelíquiasLiterárias me deixou bem curiosa. Bartleby, o escrivão retrata as angústias de um homem que não sabe lidar com as atitudes excêntricas de um funcionário, e eu me vi muito interessada em saber o porque das ações do empregado, porém a explicação dada não me satisfez completamente. Entendi a decepção e a falta de vontade diante de um serviço onde, metaforicamente, servia ao mesmo fim que os outros, mas certos apegos me deixaram ansiosa por explicações. Ainda sim é um conto que também me fazia rir com as contradições do chefe e como ele se dobrava às atitudes de Bartleby.

"Adivinha quem não voltou pra casa?", Pedro Poeira: A escrita do Pedro Poeira conseguiu passar toda tensão, medo e expectativa nessa inversão de papéis entre mãe e filhos. Gostei demais dos pontos de vista, de como a busca pela mãe revela escolhas e segredos que interferiam na convivência da família e que são expostas pela situação. Trama familiar sempre me ganha e não foi diferente com Adivinha quem não voltou pra casa?


Blue exorcist #23, Kazue Kato: Tenho aproveitado bastante essa volta ao passado, pois não somente está em evidência os irmãos Okumura como também a própria Ordem dos cavaleiros. Os métodos e objetivos da ordem ficam mais evidentes e mais sombrios, de forma que entender os mistérios do nascimento de Rin e Yukio envolve tudo que representa a entidade. Por outro lado, não estava esperando o quão Yuri tem proximidade com o padre Fujimoto e achei tão triste o destino deles...


Blue exorcist #24, Kazue Kato: Que volume foi esse??? Continuamos a ver os mistérios do nascimento de Rin e Yukio, porém logo somos obrigados a enfrentar os acontecimentos presentes e não achei a mudança ruim. Enquanto Ritening tenta provar a participação de um membro da ordem junto a Suguro e Kamiki, temos uma situação bastante particular para acontecer diante de Yukio e Shima. Muito do que me deixava preocupada sobre as ações do Yukio foram esclarecidas e eu amei! Fiquei feliz de ver que tem mais camadas do que pareciam. Também é um ponto decisivo ver as dúvidas do Rin sobre si mesmo, imagino ser necessária essa reflexão por conta da sua origem, porém é muito mais para afirmação do que sabemos que ele é. A mangaká está desenvolvendo sua trama muito bem até agora e estou ansiosa para ver o quanto a Noite Azul impactou da vida dos irmãos gêmeos.


"Card Captor Sakura - Clear Card Arc #07", CLAMP: Tudo fica mais complicado para Sakura conforme vários eventos parecem acontecer do nada. Agora o Shoran decide ser sincero com ela e a conversa entre os dois foi, de longe, o ponto alto desse volume. Gosto da pessoa que o Lee está se tornando e como suas atitudes mostram o quanto ele gosta da Sakura e se preocupa com seu bem estar. Temos a aparição de dois personagens bem engraçados da primeira série e eu me diverti bastante. 


"Card Captor Sakura - Clear Card Arc #08", CLAMP: Sakura agora sabe um pouco mais sobre a origem dos .problemas que tem acontecido, mas isso não deixa mais fácil de lidar, principalmente porque Kaito está interessado em uma carta em particular e o Shoran não pode avisá-la do perigo. A existência da Akiho é mais um mistério desconhecido para Sakura, então ela ainda está perdida. Eu amo a amizade da Tomoyo, como ela é madura engraçada em qualquer situação, assim como adoro a percepção do Touya e do Sr. Kinomoto sobre os poderes da Sakura.


"Ataque dos titãs #32", Hajime Isayama: O impasse sobre o que se precisa fazer e o que se quer fazer tem uma solução e não é fácil para ninguém. Ver Armin, Conie, Jean e Mikasa excitando e, depois, se decidindo é duro, mas dá a exata noção do que vem pela frente. Também já podemos visualizar um pouco dos motivos do Eren, ainda que não concorde com ele.  


"Akira #04", Katsuhiro Otomo: Depois do final dramático do volume 3, estava preparada para situações extremas, porém o autor foi muito além do que eu esperava. Kei tem papel fundamental em tudo que está ocorrendo porque parece uma das poucas pessoas que está tentando resolver algo, mesmo sem saber o quão complicada é a situação. Tetsuo e Akira agora tem muita influência, enquanto o primeiro caminha para a falta de controle, o segundo vive como uma criança comum em meio a toda destruição. A violência está mais gráfica e enfatizada, e os vários aspectos de uma grande tragédia são apresentados, mais uma vez fazendo um grande paralelo com situações reais. Agora estou animada para ler o quinto volume porque uma ausência bastante sentida voltou a dar o ar da graça.

Me contem sobre as leituras de vocês!

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