Em Agosto me arrisquei a conhecer novos autores, revisitei alguns conhecidos, fiz leituras dolorosas e o resultado é essa lista bastante diversa.
"Tress, A Garota do Mar Esmeralda - Uma História Cosmere (Projeto Secreto # 1)", Brandon Sanderson: Tress foi meu primeiro contato com a escrita do Brandon Sanderson e gostei bastante do que encontrei. Além da protagonista que vai ganhando força conforme os desafios aparecem, o fato da coragem ser seu diferencial me conquistou.Também foi muito interessante a construção do mundo, o conceito dos esporos é bem explicado e as ilustrações belíssimas ajudam bastante a nossa imaginação na hora de compreender o funcionamento dele. Foi uma leitura leve e que me entreteu bastante. Resenha aqui.
"Soel & Larg - As aventuras de Mokona Modoki", CLAMP: é um livro despretensioso sobre os personagens do CLAMP que são inseridos em algumas séries das autoras. Aqui temos o surgimento deles e as experiências que vivenciam, tudo de maneira leve, ainda que eles sejam importantes. Clow e Yuko aparecem de forma recorrente, assim como Kerberos e Yue (quem ama Card Captor Sakura fica feliz). É gostosinho de ler.
"Não trocaria minha jornada por nada", Maya Angelou: Minha experiência com os escritos da Maya Angelou se limitava aos poemas e esses textos foram uma forma de conhecer ainda mais a personalidade e influências da autora. Alguns textos marcavam muito, no geral eram os que se referiam a vivência da mulher na sociedade, principalmente quando sua negritude era evidenciada. Claro que não concordei com todos e isso faz parte de ler e interpretar.
"Vozes de Tchernóbil", Svetlana Aleksiévitch: O clube do livro ataca novamente. Desesperador e potente definem esse livro. Além da tragédia óbvia, tem a displicência com a vida das pessoas por parte dos governantes, o preconceito com as pessoas atingidas pela radiação e como a vida nunca mais será saudável para quem teve algum contato com tudo que ocorreu. Mas do que as violências óbvias, me doeu muito a perda do lar de cada uma das pessoas, da identidade delas e como é uma coisa que nunca mais terá volta.
"A História Secreta De Konoha - Um Dia Perfeito Para Se Casar (Naruto Hiden #4)", Masashi Kishimoto e Shou Hinata: Mais um enredo sobre o universo Naruto e em Um dia perfeito para se casar nosso herói está próximo da grande data e os amigos tem a missão de comprar presentes para ele e Hinata. Foi divertido ver como as escolhas refletiam quem dava o presente, inclusive na falta de tato. De todos eles, os companheiros da Hinata, Kiba e Shino receberam mais foco e vemos mais dos pensamentos deles sobre o próprio time. Gosto como algumas novels são mais voltadas para os sentimentos dos personagens já que aprofunda alguns aspectos que o mangá não alcança.
"Tudo o que nós temos", Dayane Borges: Dayene foi incrível na maneira de nos mostrar toda a confusão pela qual Dominique está passando. Viver entre duas realidades que parecem nunca chegar em um ponto comum e ainda se dar conta que, por ser uma pessoa preta, quase nada sabe sobre os próprios ancestrais é digno de toda a reflexão que a personagem faz. Também achei a escolha da faixa etária da Dominique ótima porque é uma época cheia de mudanças, amadurecimento, erros e estar inserida em um dia a dia onde ser outra pessoa era necessário para continuar e se proteger das grandes e micro agressões só poderia render os pensamentos narrados. Gostei demais.
"Lo que escribí mientras esperabas en una habitación vacía", Frank García: Me aventurei novamente em espanhol escolhendo este livro de poemas do autor dominicano Frank García e me deparei com um viagem sobre os sentimentos, a confusão e decepções dele desde criança até sua juventude. Ele passa por várias etapas e situações, muitas delas envolvendo família e amores, sempre com muita intensidade. Foi um boa leitura, me fez correr atrás de várias palavras que não conhecia (estudante eterna de espanhol) e vou reler com certeza.
"O Ódio não é Nada (Clube da Caixa Preta # 36)", Marita Bonner: O conto do mês do Clube focou bastante em como o padrão que muitas famílias negras sonhavam viver era muito parecido com o dos brancos. Não somente em termos de posses, mas na maneira de se portar, nas relações e na aparência, claro. Afinal, a cultura de muitos deles foi massacrada durante os anos de escravidão. Lee sofre com esse padrão já que a sogra não a considera digna dos sonhos que teve para o filho. mesmo que ele esteja feliz no casamento. E é triste perceber o quanto isso ainda é forte hoje em dia e como isso é mais um resultado persistente do racismo.
"A Completude da Vida (Sociedade das Relíquias Literárias # 41)", Edith Wharton: Um dos contos da SRL que mais se aproxima da realidade, não porque teremos a mesma experiência pós-morte da protagonista, mas por conta das reflexões sobre o que idealizamos, o que escolhemos e o que temos. Creio ser possível pensar também em como certos hábitos que encaramos como dependência não são exclusividade de quem faz a ação, e sim de ambos os indivíduos.
"A vida não é útil", Ailton Krenak: As palavras sempre sábias de Ailton Krenak nos leva a refletir. Além da conversa mais que urgente sobre como utilizamos nossos recursos naturais sem escrúpulo algum, sem pensar no amanhã, um ponto que ele levantou e me deixou muito pensativa foi sobre o "mercado". Como grandes decisões são formentadas por esse conceito abstrato enquanto o mesmo se solidifica e cresce sobre condições que pioram a vivência humana, sejam pandemias, desastres ou a falta de políticas públicas eficazes contra pobreza e crise climática. Deve ser o terceiro texto do autor indígena que leio e nas três oportunidades saí pensativa, aflita e ansiosa com nossa realidade.
"Perfect World #04", Rie Aruga: Que volume cheio de assuntos tensos esse de Perfect World . Já não bastava o rumo que o relacionamento com o Ayukawa tomou, a Tsugumi ainda precisa lidar com questões de saúde do pai e tudo exige dela decisões difíceis. A autora segue mostrando a realidade das pessoas PCDs e a solidão do Ayukawa é evidente. O final do volume foi triste porque nem sempre nossos arrependimentos dão o resultado que gostaríamos. Curiosa para saber se Kawana e Ayukawa ainda poderão ter um futuro juntos.
E o que vocês estão lendo?
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