quarta-feira, 1 de novembro de 2017

RESENHA: A casa das marés

Uma história que atravessa décadas e gerações para mostrar que nunca é tarde demais para nos descobrir e correr atrás dos nossos sonhos.
Na década de 1950, Merham não passava de uma cidadezinha litorânea como tantas outras: pacata, tradicional e obcecada pelas aparências. Os homens cuidavam do comércio, as mulheres cuidavam dos filhos e todos tomavam conta da vida dos outros. Até que um boêmio grupo de artistas estrangeiros se muda para a Casa Arcádia, uma bela construção art déco à beira-mar. Ao contrário dos demais habitantes, que logo veem os artistas com maus olhos, temerosos de que possam destruir a boa reputação da cidade, Lottie Swift e Celia Holden não conseguem esconder o interesse pelos novos residentes. 
Cinquenta anos mais tarde, quando o passado já parece enterrado e esquecido, a Casa Arcádia é vendida para um empresário que pretende transformá-la em um refúgio de luxo planejado pela arquiteta Daisy Parsons, que chega a Merham para reconstruir não só a casa, mas sua própria vida. Porém, assim como antes, o prenúncio de mudança revolta os moradores, dispostos a tudo para inviabilizar o projeto.
Repleto de encontros emocionantes e segredos revelados, A casa das marés é uma leitura deliciosa e romântica que explora as dinâmicas familiares, antigos amores e traições.

Geralmente curto histórias em duas linhas temporais, pois sempre tem aquela ligação entre atitudes passadas e acontecimentos presentes que me deixam intrigada. Não foi diferente em "A casa das marés": as intrigas da primeira parte, situada em meados de 1950, tem seu charme, mas é na sua segunda parte que conseguimos perceber o quanto o passado impactou na vida de Lottie e como ela se relaciona com as pessoas.

Os primeiros habitantes da casa foram a parte mais interessante para mim. Misteriosos e livres, com atitudes que chocavam para a época, despertaram a vontade de saber mais sobre cada um e vamos preenchendo essas lacunas conforme a leitura avança. 

Infelizmente não me senti muito ligada a nenhuma das personagens principais e suas histórias. Óbvio que tive empatia por suas situações e torcia para que desse tudo certo, e a ênfase que a Jojo dá a cada uma delas é importante, além de refletir muito o comportamento da sociedade em relação às mulheres. A superação dos obstáculos que se apresentam também é crível, em especial para Camille e Daisy, e o destino da Lottie tem seu gosto agridoce. Porém nada que me despertasse a curiosidade que eu esperava ter. 

O livro podia ser menor, alguns momentos foram mais extensos do que o necessário e não adicionavam praticamente nada a história, mas ainda acho que a Jojo tem como característica conceber finais não óbvios, fato que gosto bastante. Ela tem uma linha de desenvolvimento que não surpreende tanto e, neste enredo especificamente, achei demorado seu desenrolar, mas com certeza sabe dar finais aos seus livros. 

Como este foi seu segundo livro publicado dá para entender algumas escolhas dela, mas suas características já estão bem presentes: mulheres fortes, ou que se descobrem mais donas de si, amores profundos, família e perdão. Para uma fã da autora, é um livro super válido para se aprofundar nos seus trabalhos.

Sobre o livro:
ISBN: 9788580579697
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Ano: 2017
Páginas: 384


Nenhum comentário: