Obra-prima da ficção científica, que ganhará aguardada adaptação para o cinema, Duna retorna em uma graphic novel exuberante e imperdível
Em 1965, um livro revolucionaria por completo a ficção científica e se tornaria um marco da literatura e da cultura pop. Com sua narrativa inovadora, unindo aventura, fantasia, religião, política, tecnologia e ecologia, Duna é uma das sagas mais bem-sucedidas da história e inspirou outros clássicos, como Star Wars, Blade Runner e Alien. Agora, essa obra-prima ganha uma versão em graphic novel fiel à exuberância e à complexidade do universo criado por Frank Herbert.
Num futuro distante, a casa Atreides, liderada pelo duque Leto, se prepara para uma jornada até o planeta desértico de Arrakis. Também conhecido como “Duna”, esse lugar cercado de mistérios e perigos é a única fonte da substância mais valiosa do cosmos. O duque precisará se aliar aos nativos, os fremen, se quiser impedir que a casa Harkonnen assuma o controle do planeta. E é lá que seu filho, Paul, conhecerá seu destino. O jovem pode ser a chave de um plano traçado há séculos e uma peça importante no jogo de poderes do império.
Adaptado com maestria por Brian Herbert, filho do autor, e por Kevin J. Anderson, este primeiro volume da série de graphic novels conta com as cores vibrantes das artes de Raúl Allén e Patricia Martín.
Amo ficção científica e sempre fui louca para ler Duna. Ainda tenho esse vazio na minha vida de leitora, mas a graphic novel com certeza ajudou bastante na tarefa de me empolgar e finalmente encarar essa tarefa. Mas primeiro, vamos a adaptação gráfica!
O enredo é cheio de informação e muita coisa importante começa a acontecer logos nas primeiras páginas. É uma forma inteligente de prender a atenção e funcionou comigo: fiquei tentando entender a importância do Paul e das escolhas da mãe dele, lady Jessica. Os dois, mais o pai de Paul, Duque Leto, são os personagens mais bem desenvolvidos. Os três parecem ter os mesmos objetivos, mas seguem caminhos diferentes e o comportamento deles reflete isso.
A tensão sobre a mudança necessária, a segurança e adaptação é bem representada e fica fácil perceber que algo muito sério está por vir. O que não quer dizer que seja fácil de perceber onde o autor quer nos levar.
A arte está muito bem feita. Gosto quando os personagens tem características físicas marcantes porque muito da minha percepção de saber quem é quem se dá pela lembrança visual (sou péssima com nomes), então conseguia identificar os personagens secundários com certa facilidade, mesmo quando não lembrava rapidamente de seus nomes. As cores foram usadas da melhor forma e reforçam a mudança de planetas, mesmo que um deles apareça bem pouco.
O trabalho gráfico está muito bom no geral. Só senti um pouco de dificuldade em alguns diálogos escritos em fundos coloridos que me pareciam um pouco borrado. Não acontece com frequência, ainda bem.
Por ser uma adaptação de livro para quadrinhos, as coisas parecem acontecer com certa rapidez, o que é bem justificado já que muitas descrições não são necessárias pois a parte visual compensa e o roteiro funciona em nos explicar tudo. Ainda sim, eu queria mais páginas para que determinados acontecimentos tivessem mais impacto. Espero que nos próximos volumes isso mude, estou ansiosa para conferir.
Sobre a graphic novel:
ISBN: 9786555601183
Autor original: Frank Herbert
Adaptação: Brian Herbert e Kevin J. Anderson
Ilustrações: Raúl Allén e Patricia Martín
Tradução: Ulisses Teixeira
Editora; Intrínseca
Ano: 2021
Páginas: 176
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