terça-feira, 30 de maio de 2023

Lemos na Fábrica: Abril 2023

As leituras curtas me salvaram mais um mês. Abril foi tão parado de leitura para mim que, se não fossem os contos e mangás, não teria nada para comentar com vocês. 


"O negro declara e outros poemas (Versos do Vasto Mundo)", Langston Hughes: A edição da Pinard em com os textos em inglês e português, o que achei bem legal porque ajuda a visualizar as mudanças necessárias na tradução, mesmo eu sendo inútil em inglês. Os poemas do Hughes passam por vários aspectos das pessoas negras nos EUA e fala muito também da época do renascimento do Harlem. Alguns poemas foram dolorosos de ler, outros dava para sentir o orgulho pela cultura. Foi uma leitura maravilhosa. 


"O que encontramos nas chamas", Mayra Sigwalt: Fui juntar os caquinhos do meu coração quando terminei de ler "O que encontramos nas chamas" da Mayra Sigwalt e fiquei refletindo como ela conseguiu desenvolver um tema tão pesado e difícil com uma narrativa delicada e crua ao mesmo tempo. O impacto dessa combinação me pegou desde os primeiros capítulos: sentia o medo da Camila crescendo e isso foi me atingindo mesmo que não tenha passado por nada parecido. A construção dos personagens é muito boa, cumprem sua função além de mostrar outras descobertas da nossa protagonista. A troca de passado e presente funciona muito bem e gostei demais de ver a Camila se perdoar por algo que nunca foi culpa dela.


"7 dias para acontecer", Bárbara Sá: 7 dias para acontecer foi uma leitura levinha apesar de se passar em época de isolamento. Gostei da maneira que Sarajane e Tadeu se aproximam através de conversas a distância, filmes online e a necessidade de ter contato com outra pessoa no meio de uma pandemia global. Me diverti e torci muito por eles.


"Abaixo de Zero (Odeio Te Amar # 3)", Ali Hazelwood: Abaixo de zero não teve grande diferença em relação aos dois anteriores de #OdeioTeAmar , porém curti como eles se reencontram e, mesmo com alguns mal-entendidos, conseguem se aproximar. Hannah é engraçada e inteligente, mas a forma de encarar relacionamentos é bem diferente do Ian, o que foi uma mudança boa já que sempre a pessoa cheia de questões é o cara. É uma boa história para passar o tempo.


"Identidade", Nella Larsen: Nella Larsen mistura passabilidade, colorismo e racismo com o dia a dia de mulheres com uma relação estranha de amizade onde essa ligação parece forte por fora, mas é super frágil e artificial por dentro. Ainda tenho bastante o que pensar sobre esse livro, principalmente no contexto que foi escrito e como ele influencia autores até hoje. 


"O buquê e os boatos, amém (Clube da Caixa Preta # 32)", Margareth Black: Me diverti com esse conto porque me lembrou bastante a cidade do interior de onde sou. Todo mundo se mete na vida do outro, principalmente na sua vida religiosa e acaba que a pessoa a frente da igreja se vê bastante intimidado pelos fiéis mais antigos. Eu adorei que o final vai para um caminho bem diferente e surpreende a comunidade. 


"Praça Melrose, Número Dois (Sociedade das Relíquias Literárias # 37)", Dora Haver: A SRL do mês de Abril foi para o lado do suspense e terror e fiquei de olhos bem abertos para ver se não era alguém tentando forjar tudo aquilo. Nossa protagonista tem todos os motivos para ficar assustada e eu só conseguia pensar: amiga, foge logo daí! 


"Cães", Keum Suk Gendry-Kim: Quarta experiência com a autora que consegue aprofundar o pouco que sei sobre a Coreia do Sul além dos dramas. Aqui ela fala um pouco da sua relação com os cães e como seu amor por eles mudou seu dia a dia. Ela mistura um pouco de biografia com ficção e conta a realidade desses bichinhos e como alguns costumes antigos ainda perduram no país. Vou tentar fazer uma resenha sobre para explicar mais sobre a obra.


"Bus Hashiru - Os passageiros do amor", Mizu Sahara: Pequenas histórias que mostram o amor de diversas formas e como foi o início do sentimento. Temos encontros surpresas em restaurantes, amizades escolares que evoluem, amigos de infância que já não podem ser mais próximos, todos eles me encantaram de alguma forma e queria mais páginas para explorar o impacto da descoberta nos relacionamentos. 



"Perfect World #02", Rie Aruga: No segundo volume, Perfect World mostra o preconceito da família da Kawana e como isso interfere na relação dela com o Ayukawa. Ela se sente bastante insegura porque percebe que não entende na totalidade os desafios pelos quais ele passa no dia a dia sendo uma pessoa com deficiência. A isso se soma pessoas do passado dos dois, o que faz ambos terem inseguranças, principalmente a Kawana. Gosto da abordagem da autora porque tem um tom muito real, não faz nada parecer perfeito, então as dúvidas dos dois são legítimas. Quero ver que rumo o relacionamento tomará agora que a Kawana está passando por um momento difícil. 


"Quero Comer Seu Pâncreas #02", Yoru Sumino e Idumi Kirihara: O segundo volume de  Quero comer seu pâncres foi ainda mais cheio de tristeza. Ainda sim a maneira que os dois um influenciam um ao outro é a melhor parte e a amizade que construíram vai muito além do que pensam. Tem um determinado acontecimento inesperado que me pegou de surpresa e não sei o que pensar sobre. Criou uma situação que antecipou e adicionou uma camada de dor evidente, mas o fim foi interessante.


"Ataque dos Titãs: Lost Girls #01 e #02", Hajime Isayama, Hitoshi Seko e Ryosuke Fuji: Voltar para o universo de #AtaqueDosTitãs foi diferente porque o enredo de #LostGirls foca em momentos diferentes da Annie (no primeiro volume) e da Mikasa (no segundo). No da Annie vemos como a relação dela com o pai meio que define tudo que ela faz porque ela referência e segurança que ela tem. Já com a Mikasa, embarcamos em um sonho dela que mistura muito da realidade com os medos que ela tem. Foi uma abordagem interessante para as duas personagens femininas que mais tem destaque no enredo original do mangá.

E como andam as leituras por aí?

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