Meu Dezembro teve muita leitura boa. Creio que foram escolhas acertadas para o final de ano e fiquei feliz de ter lido cada uma. Vamos conferir?
"Abandonar um gato - O que falo quando falo do meu pai", Haruki Murakami: É um livro curto que mostra a visão do Haruki Murakami sobre o pai. Ao mesmo tempo que ele faz comentários muito pessoais sobre o pai, como não ter sido fácil a convivência entre eles, também tem um certo distanciamento quando ele conta sobre a participação do pai na Segunda Guerra mundial e como foi buscar informações sobre ele tantos anos depois dessa época. Durante o livro todo dá para sentir esses sentimentos contraditórios através da escrita sempre cativante do autor. Essa edição tem ilustrações maravilhosas da Adriana Komura.
"Piranesi", Suzanna Clarke: Foi a melhor leitura do Clube do Livro em 2022. A leitura é bem filosófica e o tempo todo eu tentava entender o que estava acontecendo. Piranesi é um personagem inteligente e inocente na mesma medida. Acho que a maior questão do livro é se o ambiente em que vivemos nos piora ou melhora como pessoa e se é realmente a sociedade que nos encaminha para unha linha ruim ou boa. Pelo menos nossas discussões foram bastante nesse sentido.
"O Abraço Gélido (Sociedade das Relíquias Literárias # 32)", Mary E. Braddon: Adoro ver gente safada tendo o que merece e isso acontece aqui. O tom é obscuro, dá um medinho, mas me revolta era muito maior, então torci mesmo para o pintor se dar mal. Sou vingativa, sim.
"A Cesta de Natal da Tia Cyrilla e outro conto de Natal (Sociedade das Relíquias Literárias # 33)", L. M. Montgomery: Os contos de Dezembro da #SociedadeDasRelíquiasLiterárias foram de dar um quentinho no coração. Temos boas ações com Tia Cyrilla e sua cesta que salvou o Natal de muita gente e passou uma mensagem necessária para a sobrinha e no outro conto vemos uma família se reconciliar por conta de um pequeno engano. Gostei bastante dos dois e dos sentimentos que eles evocam.
"Mamãe Leona - a verdadeira história do Papai Noel", Luly Lage: A visão da Luly sobre o mito do Papai Noel é maravilhoso. Sempre é um homem que se destaca nesses costumes e ela muda isso quando faz de Leona a pessoa que inicia a tradição de entregar presentes as crianças. Gostei demais da escrita, das resoluções e, claro, da crítica ao machismo.
"Papai Noel é um homem branco (Clube da Caixa Preta # 28)", John Henrik Clarke: No conto do mês do #ClubeDaCaixaPreta presenciamos, mais uma vez, que o racismo não dá trégua nem em períodos onde empatia, amor ao próximo e esperança deveriam prevalecer. Nem um dos personagens principais desse período faz valer esses sentimentos, afinal ele é mais um homem branco exercendo seu preconceito sem medo algum. Foi triste perceber o quanto passou Randolph passou por conta da sua cor e como isso ainda acontece nos dias de hoje.
"O Amor e Outras Coisas", Christina Lauren: Eu ainda estou processando o livro, porque tem coisas que amei e coisas que odiei. Li muito rápido, pois achei que a dinâmica entre Macy e Elliot quando adolescente muito boa e queria ver isso se desenrolando na vida adulta. Porém teve algumas coisas que achei super estimadas e outras que faltava mais base para o leitor comprar a ideia. Ainda quero escrever melhor sobre isso, pretendo fazer resenha.
"Em fogo alto", Elizabeth Acevedo: Elizabeth Acevedo vai ter sempre uma leitora em mim porque ela sempre consegue desenvolver bons enredos com temas não muito fáceis. Emoni tem muitas responsabilidades para a idade, criar uma filha e ainda estudar sem ter muito recursos é bem pesado, e gostei como autora mostra essas situações sem deixar que a personagem seja somente um poço de sofrimento e angústia. O livro fala bastante sobre cozinha latina, outro ponto maravilhoso e que me fez ficar com fome diversas vezes na leitura. Foi uma ótima forma de fechar a #LeituraPreta de 2022.
"6 desejos de Natal", Roberta Gurrit, Karine Ribeiro, Dayane Borges, Matt Lima, Karoline Dias e Maria Ferreira: Minha última leitura de 2022 foi #6desejosdenatal e foi uma ótima escolha para fechar o ano. São enredos felizes de sua própria maneira, mesmo quando o mundo está acabando, e a diversidade de relacionamentos e vivências só deixa tudo mais rico. Todos eles nos dão esperança e conforto, além de mostrar pessoas negras em momentos alegres que mudam a forma delas de ver o Natal.
"Perfect World #01", Rie Aruga: Amei retomar esse mangá! Já assisti o dorama, li alguns volumes do enredo e gosto demais como mostra a realidade de cadeirantes no dia a dia. Só neste volume entendemos alguns problemas de saúde, além das óbvias limitações de movimento, sem falar da dificuldade de lidar com os sentimentos. Estou ansiosa para o segundo volume.
"O florescer do amor", Keiko Iwashita: Gostei muito de O florescer do amor, mesmo que os temas abordados pudessem ter um pouco mais de aprofundamento. Shion é uma personagem que está numa situação difícil, tem problemas com o pai e também tem atitudes que precisam ser mudadas e essa mudança ocorre muito rápido. A influência de Mamyuda é evidente e faz bem para a garota, e é bem legal ver que ele mantém os limites com a Shion de todas as formas. Mamyuda também merecia mais atenção do plot, ainda que o foco seja a Shion. De toda forma foi muito bom acompanhar o relacionamento dos dois.
Quais foram as leituras de vocês?
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