Esta publicação tem como objetivo ver o que propus a mim mesma como leitora no ano de 2022 e se consegui seguir minhas metas. Será que deu certo?
Pelo segundo ano seguido tento ler autores de vários países e não ficar somente com leituras dos EUA e Inglaterra. Eles ainda são os países que mais li, seguidos pelo Brasil, porém passei de 21 países lidos em 2021 para 28 em 2022. Queria ter lido menos autores dos EUA? Sim. Deveria ter aumentado os autores brasileiros? Com certeza, afinal diminuí bastante em relação a 2021. Vou focar em melhorar isso esse ano.
LEITURA PRETA
Meu segundo ano fazendo o desafio #LeituraPreta foi completado certinho, mesmo com alguns percalços. Teve mês que comecei a leitura e somente terminei no outro, livro que foi substituído, leitura que era de um tema e passei para outro. Minha cara fazer bagunça, né?
Janeiro: livro lançado no Brasil ou exterior em 2021
Minha escolha: Li Mais forte - Entre lutas e conquistas (Luana Génot) e cometei sobre o livro nesta resenha.
Fevereiro: livro premiado
Minha escolha: Li O avesso da pele (Jeferson Tenório) e adorei! Enredo maravilhoso, escrita muito boa e muitas verdades. Falei mais sobre ele aqui. Minha escolha original era Meio sol amarelo (Chimamanda Ngozi Adichie).
Março: escrito e protagonizado por uma mulher negra
Minha escolha: Cidadã de segunda classe (Buchi Emecheta) foi lido com muita raiva porque eu queria que a protagonista surrasse o abusivo e folgado do marido, mas claro que não acontece. A escrita é boa, forte e a Buchi mostra a realidade de muitas mulheres. Resenha aqui.
Abril: um clássico
Minha escolha: Se a rua Beale falasse (James Baldwin) foi meu primeiro contato com a escrita do James Baldwin e a escolha foi ótima. É um livro que fala muito do racismo e de toda a perseguição da polícia. Resenha aqui.
Maio: escrito por uma pessoa continente africano
Minha escolha: Li A Mulher dos pés descalços (Scholastique Mukasonga) sem ter a intenção de substituir Fique comigo (Ayòbámi Adébáyò), porém foi o que ocorreu. A leitura foi muito enriquecedora porque trata de um período bem difícil da história de Ruanda através da mãe da autora, vítima do genocídio que ocorreu no país. Resenha aqui.
Junho: escrito por alguém da comunidade LGBTQIA+
Minha escolha: Li Nunca vi a chuva (Stefano Volp) e foi uma leitura muito boa como comentei aqui. Minha escolha inicial era O quarto de Giovanni (James Baldwin), porém acabei me enrolando e fui para um livro menor.
Julho: livro nacional
Minha escolha: Tinha escolhido Nunca vi a chuva (Stefano Volp) para este tópico, mas li em Junho. Então fiz a leitura do maravilhoso Ponciá Vicêncio (Conceição Evaristo) e foi uma das minhas melhores leituras do ano! Resenha aqui.
Agosto: não-ficção
Minha escolha: Minha escolha inicial foi O propósito do poder - Vidas negras e movimentos sociais no século XXI (Alicia Garza), mas estava em um período bem fraco em relação a leitura e optei por ler um livro menor, então escolhi Pequeno manual antirracista (Djamila Ribeiro)
Setembro: livro adaptado para série ou filme
Minha escolha: O ódio que você semeia (Angie Tomas). Li A cor púrpura (Alice Walker) e foi difícil ao mesmo tempo que necessário. Machismo, racismo e outros preconceitos ao mesmo tempo que vemos a descoberta da sexualidade da protagonista.
Outubro: livro infantil ou infanto-juvenil
Minha escolha: E foi assim que eu e a Escuridão ficamos amigas (Emicida). O Emicida acerta muito no livro e eu gostei de ler para meu sobrinho. Ainda pretendo reler outras vezes para que a mensagem seja bem compreendida tanto por ele quanto por mim.
Novembro: elegível para o #BingoLitNegra (escrito e protagonizado por uma pessoa negra)
Minha escolha: Fiz ótimas leituras para o #BingoLitNegra! Vocês podem conferir como foi aqui.
Dezembro: lançado no Brasil ou exterior em 2022
Minha escolha: Em fogo alto (Elizabeth Acevedo) foi umas das minhas últimas leituras do ano e, como sempre, a autora me conquistou. Foi diferente em termos de escrita se comparado aos outros livros da Elizabeth e creio que combinou bastante com o enredo que ela quis trabalhar.
CLUBE DO LIVRO 2022
O clube do livro continua rendendo ótimas discussões mesmo quando as leituras não são exatamente o que eu esperava. Apesar de empolgada com nossas escolhas para 2022, as leituras não me agradaram tanto.
Fevereiro: Circe (Madeline Miller). Foi uma leitura mais demorada do que pensei que seria e gostei menos do que esperava. Falei mais sobre o livro aqui.
Abril: Robinson Crusoé (Daniel Defoe). Com certeza o livro que menos gostei do clube em 2022. Achei tudo repetitivo, com detalhes que eram necessários num primeiro momento, mas que apareciam seguidamente em outras partes, deixando o livro maior que o necessário. Além disso, achava o protagonista um tanto cheio de si, com regras próprias que começaram fazendo sentindo e depois já não tinha importância alguma. E nem vou comentar a mentalidade colonialista.
Junho: Oliver Twist (Charles Dickens). Dickens nunca é uma leitura desperdiçada, só pensei que gostaria muito mais. Creio que fui muito empolgada porque amei ler David Copperfield e estava com uma boa expectativa para Oliver, mas acabei achando que nosso protagonista some no meio do livro e é mais citado pelos outros personagens do que realmente faz aparição.
Agosto: O fantasma da ópera (Gaston Leroux) me ganhou mais pelo Fantasma mesmo do que pelos outros personagens. Saber como o Fantasma se fazia presente na Ópera, seu passado, e perceber sua inteligência foi bem mais interessante do que o amor de Christine e Raoul.
Outubro: Por quem os sinos dobram (Ernest Hamingway). Em termos de escrita, foi um livro bem mais tranquilo de ler do que esperava. A linguagem é de fácil acesso e a mensagem é bem passada, só não foi um livro que me cativou. Não sei se foi a falta de simpatia que senti por uma boa parte dos personagens (mas eu te adoro, Anselmo!), se era o tema errado para um 2022 pesado ou se a minha implicância com a síndrome do estadunidense branco salvador foi maior, mas não deu muito certo para mim.
Dezembro: Piranesi (Susanna Clarke). Foi o livro que mais gostei dos seis lidos esses ano para o clube. É poético, dá para fazer vários questionamentos e paralelos com nossa realidade. Pretendo escrever mais sobre ele e tentar passar o que senti com a leitura.
Vocês fizeram algum desafio? Me contem se mudaram alguma coisa nas leituras que fizeram em 2022!
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