sábado, 13 de abril de 2013

RESENHA: Dragões de Éter – Caçadores de bruxas


Monique Melo

Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. 

Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas.

Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer... 

Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real.

E mudará o mundo.

Dizer que Dragões de Éter é muito bom não explica nem metade do que senti ao ler o primeiro livro da série do Raphael Draccon. Primeiro, quando li a sinopse e algumas resenhas sobre o livro, fiquei bastante curiosa e animada com o resgate de personagens que fizeram parte da infância de tantas pessoas, inclusive da minha. Então, quando comecei a ler e me deparei com esses personagens tão queridos e descritos dessa forma tão interessante, tomando parte de um enredo bem trabalhado, só pude me apaixonar. 

A narrativa para mim foi um dos destaques. O narrador conversa com o leitor e a forma que tudo é contado reforça esse aspecto. Senti como se alguém estivesse me contando uma história que se passou algum tempo atrás (o que, em certos aspectos, foi isso mesmo) ou escutando um “causo” de um amigo.

A familiaridade de algumas partes do livro com as antigas histórias, mas, ao mesmo tempo, a diferente visão sobre os fatos me intrigou e me fazia avançar muito rápido na leitura. Afinal, o que mais daquela antiga história eu não sabia? O que mais foi ocultado? E depois daquele grande momento e tudo que ouvi, o que aconteceu? Draccon utiliza-se desses antigos contos de fadas e os molda de uma forma bem peculiar. Um exemplo é como ele explica o nome “chapeuzinho vermelho” para a garota que quase morre devorada por um lobo quando ia visitar a avó, afinal, o nome dela não poderia ser realmente este, não é mesmo?

É neste ponto que o livro conseguiu me ganhar (ainda mais): mesmo falando de tantos personagens conhecidos, o autor consegue criar algo surpreendentemente novo e direcionar de um jeito que a leitura tivesse um ritmo ótimo e não se tornasse enfadonha. Outra coisa super legal foram as referências a astros do rock seja por meio dos nomes de personagens ou constelações.

Adorei o livro e fico feliz de já ter a continuação. Só vou esperar um pouquinho para ler porque quero curtir tudo que li para partir para a próxima aventura. E para você que não leu:

“Se um dia tiver uma real oportunidade, e achar que é a única de sua vida, agarre-a com unhas e dentes.” – página 215.

Você não se arrependerá. 
Booktrailer:





Sobre o livro:
Dragões de Éter – Caçadores de Bruxa
Volume: 01
Autor: Raphael Draccon
Editora: Leya
Ano: 2010
Páginas: 440

A série: