segunda-feira, 9 de abril de 2012

RESENHA: O Espião

Fabiana Araújo

Dorothy Langner não acredita que seu pai Arthur Langner, um talentoso projetista americano de canhões, tivesse tirado a própria vida. Toda a Marinha afirmava que seu pai causou a explosão que o vitimou. Alegavam ainda que Arthur recebia propina e num ato de desespero de consciência resolveu se suicidar.

Dorothy, tentando restaurar o nome de seu pai, procura a famosa Agencia de Detetives Van Dorn a fim de descobrir o que realmente aconteceu e limpar o nome de Arthur. O detetive Isaac Bell, sensibilizado com a estória da moça, parte em busca dos verdadeiros fatos. Logo descobre que se trata de um assassinato que irá envolver outros projetistas importantes.

Ambientado em 1908, antecedendo a Primeira Grande Guerra, ‘O espião’ possui todos os ingredientes para uma grande estória: assassinato, espionagem, gângsters, países em corrida bélica e personagens cativantes. Especialmente Isaac Bell , alem de uma figura cativante é alto,loiro, dotado de uma inteligência absurda e traja um terno branco com chapéu combinando. (Engraçado que quando imagino espiões, sempre visualizo as roupas em tons escuros. Bom, acho que preciso parar de ver James Bond não é mesmo? Rsrs)


Infelizmente, essa mistura não conseguiu me cativar. Os autores pecaram muito no excesso de descrições o que torna a leitura, alem de uma pouco confusa, muito cansativa. A maioria das informações são dados técnicos excessivos, como por exemplo, as descrições extremamente detalhistas das ruas, barcos e canhões.

A ausência de ‘sensações’ também me incomodaram bastante. Como quando um menino perdeu um olho e não gritou. Voltou pelo mesmo caminho que veio com o olho na mão! Sério mesmo? Nunca perdi um olho, mas é fato que isso deve doer muito. Se entra um cisco no meu olho já dou um escândalo imagina perder um olho? O.O

Isso sem contar o fato de que alguns personagens essenciais ao longo da narrativa perdem o brilho e ao final da estória o leitor não sabe o que aconteceu com eles e que rumo tomaram. O fato de a  identidade do espião ser revelada na metade do livro também não contribuiu em nada na melhora do enredo.

O ponto favorável do livro é a critica que faz a sociedade da época, onde o certo e o errado era julgado pelo ponto de vista político em questão: posso espionar, passar informações e barrar o avanço tecnológico desde que o meu país seja o privilegiado.

Se o leitor gosta de uma estória bem descritiva e extensa ‘O espião’ é uma ótima dica.

“Não sigo as regras dos espiões. Sou um detetive particular.
-Um detetive? –Abbington-Westlake repetiu desdenhosamente.
-Temos nossas próprias regras. Laçamos criminosos e os entregamos à policia.
-Mas que diabos vo...
-Em raras ocasiões, concedemos uma trégua aos criminosos; porém só quando eles nos ajudam a laçar criminosos muito, mas muito, piores do que eles. Às 18 em ponto. E não se esqueça de me trazer um presentinho."

É interessante observar que ‘ O espião’ é o terceiro livro da série Isaac Bell. Infelizmente os outros ainda não foram lançados no Brasil. Sequencia correta da série:

1- The Chase (2007)
2- The Wrecker (2009)
3- The Spy (2010) – ‘O espião’ lançado no Brasil em 2012
4- The Race (2011)
5- The Thief (2012)

Book trailer do livro:




Sobre o livro:

Titulo: O espião
Autor: Clive Cussler e Justin Scott
Editora: Novo Conceito
Número de páginas: 416