quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

RESENHA: Passarinha

No mundo de Caitlin tudo é preto ou branco. As coisas são boas ou más. Qualquer coisa no meio do caminho é confuso. Essa é a máxima que o irmão mais velho de Caitlin sempre repetiu. Mas agora Devon está morto e o pai não está ajudando em nada. Caitlin quer acabar com isso, mas como uma menina de onze anos de idade, com síndrome de Asperger ela não sabe como. Quando ela lê a definição de encerramento ela percebe que é o que ela precisa. Em sua busca por ele, Caitlin descobre que nem tudo é preto ou branco, o mundo está cheio de cores, confuso e bonito.

Não sei como explicar o que senti com esse livro. Em primeiro lugar, eu não fui conquistada rapidamente pela narrativa, ou caí de amores pela nossa protagonista. Apesar de gostar desde o início, ainda não tinha me maravilhado com nada. Isso foi mudando conforme os capítulos foram passando e meu entendimento sobre os sentimentos da Caitlin foi crescendo.


E conforme fui captando o sentido, percebi como é sensível esse livro! Tudo nos é contado sobre o ponto de vista da Caitilin e logo de cara vamos percebendo que a forma que ela enxerga as coisas são bem diferentes do da maioria das pessoas. Isso causa alguns problemas para ela, mas como Caitlin é muito inteligente e esperta, fica bem difícil não se cativar pela personagem.

Eu só podia imaginar como é para uma criança que tem síndrome de Asperger, lidar com seu próprio luto e com os das pessoas próximas. Acho que foi nesse aspecto que o livro me ganhou: quanto mais Caitlin busca dar um desfecho para seu sofrimento - ainda que me pareça que ela não entendia o porque de seus sentimentos, só os sentia e sofria com eles - e o do seu pai, ela vai aprendendo sobre si mesma de uma forma mais sensorial do que racional. Podemos perceber tudo isso nas amizades que ela vai desenvolvendo, nas referências ao irmão que tanto a compreendia e ensinava, nas conversas com sua orientadora...

Personagens como Michael (que é um fofo), Josh, o pai da Caitlin, só valorizam ainda mais o enredo sem grandes surpresas, mas que conquista pelo sentido e delicadeza como expõe a dor que não é só da Caitlin, mas de uma sociedade que precisa curar suas feridas e voltar a rotina.

A autora não tem medo de tocar em assuntos mais complicados como a convivência entre portadores da síndrome e os outros alunos, a grande tragédia que ocorre logo no começo do livro e que desencadeia toda essa avalanche de sentimos e confusão em Caitlin e como pessoas que tem algum tipo de ligação com este acontecimento são tratadas.

Amei a capa do livro e depois de ler, achei que ela foi ainda mais significativa. O trabalho gráfico realmente foi maravilhoso. E eu sinceramente não sei se consegui passar minhas impressões como gostaria, mas fico na torcida para que vocês tenham captado o sentido e tentem ler o livro. Espero que gostem tanto quanto eu.

Sobre o livro:
ISBN:9788565859134
Autora: Kathryn Erskine
Editora: Valentina
Ano: 2013
Páginas: 224

3 comentários:

  1. Que lindo esse livro! Sempre quis muito ler, mas acabo esquecendo do nome.. Você me fez lembrar, acredita?! haha
    Adorei a resenha, ficou muito bem colocada, só acho que você poderia ter colocado um pouco mais sobre o que é síndrome e o que ela causa, só pra ter uma base a mais.
    Beijos

    http://www.vivendonoinfinito.com/

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  2. Oi Monique, parabéns pela sua resenha. Até hoje só vi comentários positivos sobre esse livro, tenho muita vontade de ler, pois adoro leituras com esse tema mais pesado que mexe com o leitor. Espero ler em breve!

    Beijos

    http://www.oteoremadaleitura.com/

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  3. desde que vi esse livro pela primeira vez, senti que deveria lê-lo. Gostaria de entender mais sobre essa síndrome [Lisbeth Salander tbm tem xD] e ver a coisa toda pela perspectiva de uma criança deve ser no mínimo interessante... deve ser uma leitura tocante e delicada, né??? ^^

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