terça-feira, 20 de outubro de 2015

RESENHA: Léxico

Uma organização treina jovens talentosos para controlar a mente e o comportamento das pessoas usando combinações específicas de palavras. Os iniciados deixam suas verdadeiras identidades para trás e passam a usar nomes de poetas.
Identificada como um prodígio na arte da persuasão, Emily Ruff, que ganha a vida com truques de cartas nas ruas de São Francisco, é enviada para o treinamento em uma escola da organização e começa a aprender a técnica letal. Quando os líderes da instituição descobrem que ela está se envolvendo com outro aluno, Emily recebe uma missão aterrorizante.
Wil Parke, carpinteiro, sofre de amnésia. Um dia ele já soube o significado da palavrárida, um artefato com o poder de colocar o planeta em risco. No entanto, não lembra mais. Wil é sequestrado por dois agentes brutais, que acabaram de matar sua namorada, desesperados para impedir que um membro da organização, de codinome Virginia Woolf, cause uma grande destruição.
Em seu novo livro, Max Barry constrói uma trama sombria na qual as palavras são como armas e os tipos mais vis usam como pseudônimos grandes nomes da literatura.

O poder das palavras é algo realmente que não se pode mensurar. O que não já fizemos ao escutar "por favor", "poderia me ajudar", "obrigada"... Palavras que supostamente são comuns e que geralmente são ditas por educação em qualquer conjectura social ao qual o indivíduo pertença. Em "Léxico" a magnitude dos significados das palavras e das nossas reações a elas chega a um outro nível. Um que pode passar da convivência social e atingir momentos importantes de cada vida. Seja para o bem ou para o mal.

Sensacional imaginar que uma trama pode ser tão bem construída como foi a de "Léxico", principalmente tendo palavras como base. Sempre que eu achava que tinha entendido e tecia teorias para as próximas páginas, algo novo acontecia e eu tinha que rever minhas conclusões e reformular o que tinha pensado até então. O mais interessante é que vários acontecimentos, para um leitor um pouco mais atento, são esperados. Então o que me animou e surpreendeu tanto? Bem, não foi o quem fez e sim o como fez: o caminho e as escolhas que resultaram naqueles acontecimentos.

Os personagens não são muito diferentes de alguns que temos atualmente na literatura, embora chamem a atenção porque não devem demonstrar muito seus sentimentos, já que para se persuadir uma pessoa deve-se primeiro saber que seguimento (basicamente o tipo de personalidade) ela é. O melhor é ler sem saber quem na verdade é bom ou ruim na história. Se bem que o que seria bom e o que seria ruim? Isso realmente existe? Aparentemente em "Léxico" essa diferença não é muito gritante e depende muito do ponto de vista e da situação.

Max Barry tem uma narrativa bastante atrativa e fluida que combinou bastante com a proposta da trama cheia de reviravoltas e ação. Fui lendo sem sentir a quantidade de páginas e sempre acabava um capítulo ansiosa pelo outro. Temos vários pontos de vista e a história não segue exatamente de uma forma linear para todos os personagens e o leitor só vai perceber conforme a leitura avança e eu gostei bastante disso.

Não tive nenhuma base para querer ler este livro além da sua sinopse e fico feliz de ter feito esta escolha porque me permitiu ter grandes surpresas além de ter facilitado meu envolvimento com o enredo. Não sei se tinha alguma palavra que tenha me convencido, talvez meu seguimento seja suscetível a algum termo contido na sinopse, quem sabe? E se eu fosse um poeta como Wolf, diria somente uma palavra para te convencer a dar uma chance a "Léxico" como eu fiz: leia!

Sobre o livro:
ISBN: 9788580577051
Autor: Max Barry
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Páginas: 368

Nenhum comentário: