sábado, 8 de janeiro de 2011

RESENHA: Contato Visual

Por: Sel Moreira

Ficha Técnica
Título: Contato Visual
Autor: Cammie Mcgovern,
Temática: Literatura de Ficcção - Suspense
Categoria: Literatura Adulta
Páginas: 306
Editora: Novo Conceito (link AQUI)
Ano de Lançamento: 2010
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Página Oficial do livro AQUI

Uma cidade pequena, um crime e uma única testemunha: uma criança autista. É com esse mote que Cammie McGovern desenha seu thriller “Contato Visual”, lançado pela Editora Novo Conceito no ano de 2010.

Eu sempre tive um pouco de dificuldade com livros mais voltados para o suspense e trama policial. Por esta razão, custou algum tempo até pegar fluidez na história e ler do jeito compulsivo que sempre faço.

Mas superada essa dificuldade que é puramente minha, a leitura deslanchou, mesmo porque o estilo narrativo do livro é bastante acessível. A temática é apropriada para adultos ou jovens adultos que se interessam por uma leitura delicada, consistente e intrigante, mas sem muitas situações mirabolantes.

Cammie narra – com a sensibilidade apurada de uma mãe “da vida real” de uma criança autista – a experiência de Cara, uma mulher jovem que bancou o desafio de criar sozinha uma criança portadora de necessidades especiais numa cidadezinha nos Estados Unidos.

Feito que ela consegue com êxito relativo, atuando dentro das limitações e principalmente das potencialidades e possibilidades que o pequeno Adam demonstra na convivência diária. Um garoto esperto que em seus melhores dias consegue se expressar com alguma eficiência, tem adoração por música clássica e pelo mecanismo das coisas e que, em dias ruins é mais de silêncios e distância introspectiva. Mas ainda assim, nenhuma dessas situações se mostraram tão desesperadoras quanto o retrocesso que o garoto começa a demonstrar após ter presenciado a morte da coleguinha.

O livro se desenvolve através da tentativa de Cara ajudar a polícia a solucionar esse mistério, já que Adam não tem muito a oferecer pelos meios normais de investigação. E, para uma compreensão mais ampla do plano de fundo em que se fundam as relações de mãe e filho, e destes com outros, somos por vezes transportados à juventude de Cara, onde conhecemos suas vivências, seu modo de perceber a vida e tudo o que fundou suas escolhas.

Ao longo do livro as peças se ajuntam de um modo interessante, e os suspeitos mudam de rosto muitas vezes até que se fixe no verdadeiro culpado. Nesse meio tempo, acompanhamos a jornada de Cara e Adam, o esforço em se comunicar, em se fazer entender a despeito de toda a descrença compassiva da sociedade e limitações que são um fato. Constantemente, partilhamos o sentimento de impotência que a personagem tem diante da situação por si só trágica, e pelo impacto que ela causa em Adam que, a seu modo sofre e luta diante do que não pode – não consegue – exprimir ou definir.

Posso dizer, como pessoa e como psicóloga não praticante (digo, atualmente atuante em clínica =D) que é muito pertinente e atual do ponto de vista do (pouco) que (ainda) hoje se sabe sobre autismo, e o modo de conduzir a trama, extrair o melhor de Adam e as investigações são bastante factíveis – embora em alguns momentos sejam situações de “best case scenarium”.

Mas não é preciso ser um profissional da saúde mental para apreciar a trama, seja sob o aspecto literário, seja sob o aspecto humano.

A trajetória de Cara, Adam e os demais personagens da trama que contribuem para uma perspectiva e pontos de vista diferentes na trama – nenhum deles inútil ou desperdiçado – é uma metáfora sobre a busca de qualquer ser humano por compreender a si mesmo, ao mundo que o circunda e por fim, ser melhor, se superar.

3 comentários:

  1. Resenha muito boa, livro interessante com um tema bem curioso e instigante, gostei bastante. VOu anotar com certeza!

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  2. Nossa....tu acredita que não li nenhum livro de suspense sem ter algum elemento sobrenatural ainda?

    Fiquei muito empolgada para ler este livro!!!

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  3. nem sabia q tinha a resenha de contato visual por aki.... eu sou suspeita pra falar desse livro, pq tb li e amei...

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