
Monique Melo
Levih e Urakin, dois anjos das forças de Gabriel, estão na terra com a missão de encontrar Kaira, uma importante capitã do exército rebelde que sumiu misteriosamente há dois anos. Depois de algum tempo de busca, finalmente os dois tem pistas sobre a localização da arconte: a Universidade de Santa Helena. Quando finalmente encontram Kaira, o ofanim e o querubim se deparam com outro problema: ela não se lembra de nada ligado à guerra milenar travada pelas forças de Miguel e seu irmão Gabriel. Resta agora aos dois, com a ajuda do misterioso Denyel ajudar Kaira a trazer suas memórias de volta e evitar que um plano perigoso tanto para os celestes quanto para os humanos tenha sucesso.
Eu, ao contrário da maioria das pessoas, ainda não li Batalha do Apocalipse, não fazia idéia do que esperar. Todo o receio que tinha em relação ao livro se foi quando comecei a lê-lo, porque percebi que todos os elogios não eram simplesmente por ser uma estória de lutas, guerras e quem é o vencedor nem pela necessidade de um livro sem a mocinha chorona e seu amor impossível: se tratava de um livro muito bem escrito com uma narrativa atraente que prende o leitor tanto por suas cenas de luta, quanto pelos diálogos e interações entre os personagens.
A construção dos personagens, por sinal, foi o que mais gostei. Sempre me chama atenção um grupo que tem tantas personalidades diferentes, mas que conseguem se entender (mesmo com dificuldade) e se completar da forma que Kaira, Denyel, Levih e Urakin fazem. Levih é o que mais gosto por ser o mais calmo e mais emocional. Denyel se destaca por ser do tipo misterioso, sarcástico e imprevisível (é, tenho quedinha por personagens assim).
Outro atrativo é a descrição dos lugares. Sem ser cansativo, o autor nos transporta para a universidade fictícia de Santa Helena de uma forma que dificilmente acharíamos que o local não é real. Muito interessante também o sistema de castas entre os anjos e suas particularidades: engraçado como cada casta define muito da personalidade de cada anjo.
Como todo livro de série, muitas das questões levantadas nesse livro são resolvidas, mas muitas outras são deixadas para o próximo. O final de Filhos do Éden tem um ótimo gancho para Anjos da Morte, segundo livro da série, que promete ser tão cheio de ação, aventura e mistério quanto o primeiro.
Para finalizar, uma dica: quem não leu a Batalha do Apocalipse, o faça após ler depois de Filhos do Éden. O próprio autor recomenda essa ordem de leitura, pois o seu segundo livro lançado, embora não se trate de uma continuação, explica melhor muitos acontecimentos importantes para seu antecessor, tornando-o mais claro quando lido.
Sobre o livro:
Filhos do Éden – Herdeiros de Atlântida – Livro 1
Autor: Eduardo Spohr
Ano: 2011
Editora: Verus
Páginas: 473
Twitter do autor: @eduardospohr
Blog do autor: AQUI