sábado, 14 de setembro de 2013

MANGÁ: Fullmetal Alchemist

Monique Melo
"Ainda crianças, Edward e Alphonse Elric perderam sua mãe. Os irmãos, então, decidem usar seus conhecimentos para tentar quebrar o maior tabu da Alquimia: a transmutação humana. Mas a tentativa dá errado. Ed perde seu braço direito e sua perna esquerda. Já Al perde seu corpo por inteiro e só não desaparece de vez por que seu irmão conseguiu fixar sua alma em uma armadura de metal. É a lei máxima da Alquimia, a “Lei da Troca Equivalente”.
Assim começa a saga dos irmãos Elric. Agora usando automails, próteses mecânicas implantadas no lugar dos membros perdidos, Ed parte ao lado de Al em busca da lendária Pedra Filosofal, a qual, reza a lenda, amplia os poderes de um Alquimista.
O objetivo da dupla de irmãos é exatamente usar a Pedra Filosofal para recuperar os seus corpos. Porém, eles não são os únicos interessados no lendário artefato. Os homúnculos, misteriosos seres que parecem seres humanos, também estão atrás da pedra.
Para facilitar a sua busca, Ed entra para o exército e passa a ser conhecido pela alcunha de o Alquimista de Aço. A partir daí os irmãos Elric fazem uma viagem surpreendente, cheia de reviravoltas. Eles ainda cruzam o caminho de Scar, um sujeito de poderes misteriosos que busca se vingar de todos os Alquimistas Federais que encontra pela frente."

Fullmetal Alchemist é daqueles mangás que quando você termina, tem pouco ou quase nada a reclamar. Começa com uma premissa muito boa e que se mantém ao longo dos 54 volumes (aqui no Brasil, no Japão são 27), mas que sofre adições na medida que personagens e situações vão aparecendo.
Edward e Alphonse são os personagens principais da trama e o relacionamento deles é o ponto chave da história. Al admira muito Ed enquanto o irmão mais velho se preocupa muito com ele. Os dois só podem contar um com o outro ou com Pinako e Winry Rockbell, suas vizinhas. Os quatro formam uma família e é assim que eles se consideram e se tratam.
Winry, Alphonse e Edward.
O Edward me divertia da mesma forma que me emocionava. Das risadas que dava de seus ataques cada vez que alguém o chamava de baixinho, às lágrimas por perder um amigo ou por ter algum atrito com o irmão, ele foi amadurecendo durante sua jornada e foi fantástico acompanhá-lo e chegar no último volume tendo orgulho dele. É nele que observamos pesar as questões familiares no que se refere ao pai deles, já que o garoto nunca entendeu porque ele os abandonou e de certa forma o culpa por ter perdido a mãe e as consequências de ter tentado a transmutação humana.
O Alphonse é a parte pura e ingênua dos irmãos. Louco por animais, sempre leva bronca do Ed por escondê-los dentro de sua armadura. Sofre muito por não dormir nem comer na forma que está e sente-se solitário. Tem algumas crises de identidade por conta de sua condição, mas sempre pode contar com a Winry para chamar sua atenção.
A Winry, por sinal, é presença constante no mangá por ser amiga de infância dos garotos e por ser a mecânica responsável pelo automails (próteses de aço) do Ed. Os dois protagonizam várias cenas engraçadas, pois brigam por tudo, mas não vivem sem o outro.
Edward e Alphonse treinando.
Meu personagem preferido, por incrível que pareça não é nenhum dos irmãos Elric. O coronel Roy Mustang é conhecido por ser o Alquimista das Chamas e tem ambições bem específicas dentro do exército e conta com a ajuda de um seleto grupo que vê em seu sonho, uma esperança para o futuro. O que mais me chamou a atenção neste personagem é a vontade de transformar os erros do passado em experiência para mudar todo um país e seu sistema corrupto. Ele vai planejando e executando diversas ações que o deixam mais perto dos seus objetivos e o transforma também em um alvo extremamente valioso. Mas não se enganem: Mustang é um personagem bem engraçado também. O jeito preguiçoso e mulherengo é enfatizado, assim como as eternas brigas entre ele e o Ed.
Roy Mustang e Riza Hawkeye
Riza Hawkeye também é digna de destaque por ser a lógica, sua principal protetora e o braço direito do coronel Mustang. Ao mesmo tempo que era fundamental para seus planos, ela tem uma grande importância pessoal para o Roy (e ele para ela). Assim como o Coronel, também tenta se redimir de seu passado. Pode ser dura quando a situação exige, mas também é muito gentil, principalmente com Edward e Alphonse. Preciso dizer que eu adoro a personagem?
Falmam, Fuery, Hayate (o cachorrinho da Riza),Riza Hawkeye,Roy Mustang, Havoc e Breda
O Mustang é meu personagem preferido, assim como as tramas que giram em torno do exército são as que mais me agradaram. Como comentei antes, toda história está interligada, mas o jogo político de poder nesta parte em especial eram as que mais me deixava animada com a leitura.
Algumas cenas são muito tocantes. Todos os personagens principais tem seus  momentos dramáticos e estes são mostrados em diversas formas: seja no luto e na vingança que Mustang tanto procura, na frustração do Ed por não conseguir dar um corpo ao irmão, na sede de retaliação do Scar.
A autora não coloca nenhum personagem sem ter uma função no enredo. Todos tem sua importância: seja para explicar determinados acontecimentos, reforçar certos momentos ou para ajudar os protagonistas. São tantos bons personagens, como o Maes, Ling, Armstrong, que seria impossível falar de todos os que me agradaram. Não posso deixar de comentar que a autora constrói ótimas personagens femininas de forma impecável. Riza, Winry, Izumi, May, entre outras, são fortes, corajosas e determinadas e são muito importantes no enredo.

Os vilões são inseridos pouco a pouco e foi uma grande sacada da autora utilizá-los para fazer referência aos pecados capitais. A sua origem foi bem descrita e são personagens que tem história própria. Gostava bastante do King Bradley e Ganância.

Também encontramos uma boa ligação entre as cenas de ação, drama e comédia e é um mangá muito fácil de ler e entender, mesmo quando levanta assuntos mais sérios como o poder de Deus.
A arte é bem diferente da que eu estava acostumada a ver (aquela que lê muito shoujo) e achei que combinou com o tipo de enredo que foi apresentado. Na minha humilde opinião, a mangaká Hiromou Arakawa detalhava muito bem, principalmente no que se refere ao automails  e isso valorizou o aspecto steampunk da obra. Outra coisa bem legal de acompanhar são as tirinhas que a autora faz. Ela se retrata como uma vaquinha e era bem engraçado de ver.
Edward e seu automail
O final da série é emocionante. Tornou-se ainda mais legal por não terminar "tudo bem". Não é um final triste, mas um que tem consequências, como qualquer coisa na vida. O desfecho de cada personagem foi bem resolvido e acho que só fiquei ansiosa para saber mais sobre o Mustang.
Capa do último volume brasileiro
O mangá foi lançado aqui no Brasil no formato meio tanko (metade do volume normal) e fez grande sucesso aqui e sempre é lembrado por uma das melhores histórias (eu concordo). Como faz algum tempo que foi publicado, é bem difícil de encontrar para compra, mas fica a indicação do animê Fullmetal Alchemist Brotherwood que é fiel ao mangá e vai ser uma ótima forma de conhecer o trabalho da Hiromu Arakawa.

Sobre o mangá:

Fullmetal Alchemist
Série: 54 volumes (finalizado no Japão e no Brasil)
Arte e roteiro: Hiromu Arakawa
Editora brasileira: JBC
Páginas de cada volume: aproximadamente 100
Formato: 11,4cm x 17,7cm



6 comentários:

  1. Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhh!!!!! Meu mangá favorito!!! História e personagens sensacionais, não tinha como não gostar. Deu vontade de reler ^^

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  2. Ah, quando tava escrevendo, também fiquei com vontade. Saudade do Roy! <3

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  3. Ei Monique...


    Muita coincidencia vc postar resenha desse mangá rsrs estou lendo Cidade das Almas Perdidas e o Simon acabou de dar dois volumes desse aí pra Clary. hahaha Olha o universo colaborando, ou seria me influenciando, pra ler mangá tbem rsrs.


    Adorei a resenha, beijão

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  4. Eita poxa, deu vontade de sair da minha pausa. Vou voltar a ler.
    Realmente os personagens desse mangá são envolventes e os ataques do Ed são sempre muito bons.

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  5. Amor, volte a ler, sério! O Ed é ótimo. Adoro quando ele dá ataque sempre que alguém o chama de "verticalmente prejudicado" rsrsrs

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  6. Fabi, eu dei um pulo de felicidade quando o Simon falou de FMA. rsrsrs Adoro os personagens nerds da Cassandra, me identifico demais! LEIA MANGÁ!

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