segunda-feira, 7 de julho de 2014

RESENHA: Réquiem (Delírio #3)

No desfecho da trilogia em que o amor é considerado uma doença, Lena é um importante membro da resistência contra o governo. Transformada pelas experiências que viveu, está no centro da guerra que logo eclodirá. Depois de resgatar Julian de sua sentença de morte, Lena e seus amigos voltam para a Selva, cada vez mais perigosa. Enquanto isso, Hana, sua melhor amiga de infância, foi curada. Ela leva uma vida segura e sem amor junto ao noivo, o futuro prefeito. Às vésperas do casamento e da eleição - cujo resultado pode dificultar ainda mais a vida dos Inválidos -, Hana se questiona se a intervenção realmente tem efeito. Vivendo em um mundo dividido, Lena e Hana narram suas histórias em capítulos alternados. O que elas não sabem é que, em lados opostos da guerra, suas jornadas estão prestes a se reencontrar.

Me apaixonei por Delírio, continuei fascinada pela história onde o amor é uma doença em Pandemônio e não via a hora de ler Réquiem e enfim conhecer o final que a Lauren Oliver preparou. A autora decidiu contar a última parte de sua trilogia pelo ponto de vista de dois personagens: Hana e Lena. Sabíamos, até então, como era a vida dos curados somente pelo ponto de vista da Lena, uma não curada. Achei interessante acompanhar a Hana, pois ela está curada e toda sua forma de pensar e sentir está diferente. Ela também tem sua cota de sofrimento e seu dia a dia não é tão fácil como se imagina.


Porém, gostava muito mais de acompanhar a Lena, não só por tê-lo feito nos dois livros anteriores, mas porque ela estava no local onde se tinha mais ação e mais embates. E ainda tinha que lidar com a aparição de certo personagem no final de Pandemônio que rendeu muita preocupação para ela. Também gostei de acompanhar sua análises entre a vida de não curada, a cura e o amor. É através dela que entendemos as dúvidas e os resultados da vida com liberdade: o resultado das escolhas e suas dificuldades, e como nem sempre ter esse poder é uma boa coisa.

Personagens como Julian e Fê se destacam por motivos diferentes e o primeiro evolui muito e eu gostei bastante disso. Achei que ele seria cheio de "não me toques", mas me surpreendi com sua força e como ele se dava as atividades que eles necessitavam para sobreviver. Graúna é uma personagem marcante e símbolo de força desde o segundo livro, mesmo que eu ainda prefira Prego e seu modo meio rude meio gentil.

Sou uma das poucas pessoas que curtiu o final da trilogia. Acho que seria muito sem sentido se acabasse com um felizes para sempre, com tudo contado em detalhes. Finais abertos não funcionam para todo livro, mas para Réquiem não teria como ter outro final.

Gosto da forma que a Lauren escreve seus livros e expõe suas ideias. Sempre tenho a impressão que ela escreve e encaminha sua história sem se preocupar com o julgamento do público e faz exatamente o que acha que deve ser feito para chegar aonde ela gostaria. Não foi o melhor livro da trilogia, contudo conseguiu, em minha opinião, fechar a história bem, mostrando que nada é perfeito e que amar também é fazer escolhas difíceis e arcar com as consequências. A Lauren me fez ficar ainda mais fã dela. Se é que isso é possível.

Sobre o livro:
ISBN: 9788580575170
Série: Delírio
Volume: 03
Autora: Lauren Oliver
Editora: Intrínseca
Ano: 2014