Ele é diferente dos outros. Ele não tem a força e agilidade de seus colegas da escola, é imune à luz do sol e não sente uma sede insaciável por sangue. Ele é um "eper", um dos últimos humanos do planeta, e vive disfarçado no meio das pessoas normais. Ele usa presas falsas, raspa todos os pelos do corpo, faz o possível para esconder seu cheiro e jamais abandona sua máscara. Sabe que não deve chamar a atenção em um mundo em que um pequeno deslize pode ser fatal. Mesmo vivendo sozinho há anos, Ele ainda escuta as palavras de advertência de seu pai - Não faça amigos; não pegue no sono durante a aula; não pigarreie; não gabarite as provas, embora sejam um insulto à sua inteligência. Não durma na casa de colegas; não cantarole nem assobie. E ainda; Nunca esqueça quem você é. Ele leva sua vida de acordo com essas regras, determinado a sobreviver. Mas a frágil segurança dele é ameaçada por uma terrível surpresa; a Caçada Eper. Ele precisa escolher entre ser o caçador ou a caça. Não há escapatória - e qualquer erro significa a morte certa.
O livro não foi nada do que eu esperava. Acho que não dei a devida atenção a sinopse ou talvez não tenha entendido exatamente o que ela queria expressar, mas acabei me surpreendendo com o caminho que o autor escolheu para contar sua história.
A caçada tem alguns pontos bem interessantes: primeiro, o protagonista não tem nome, ou pelo menos, não se fala sobre até mais ou menos a metade do livro (e muitos personagens continuam assim o livro todo); segundo, não se cita o que esta outra espécie é. Temos noção por suas características, mas o tratamento entre eles não mostra que são diferentes e sim que os "epers" são a raça esquisita ali.
Então encarei a história com a visão diferente do Fukuda e reconheço que impliquei com algumas coisas, como o protagonista conseguir se esgueirar em sua condição por tanto tempo sem ninguém descobrir, principalmente levando em conta as habilidades dos outros. Também não me agradou muito o romance, já que não conseguia ver os dois juntos e o casal em si não teve tanto carisma.
Em contra partida, gostei da forma que ele trabalha estes seres que já habitam a literatura há tanto tempo, mas de um jeito original e que puxa bastante para o lado da distopia, mesmo sem explorar tanto a organização da sociedade. E como amante de aventura, fiquei feliz com as páginas finais, eletrizantes e cheia de acontecimentos inusitados.
O que mais me atraiu no livro foi como o autor mostra certos questionamentos do protagonista, acostumado a se virar para sobreviver, mas ainda sim com tão pouco conhecimento dos seres da sua própria raça, suas próprias limitações e cheio de conceitos pré concebidos que vão desmoronando conforme ele descobre certas coisas.
Não foi um livro que fiquei vidrada, nem muito empolgada, mas ainda sim consegui gostar bastante e fiquei curiosa para saber quais são as próximas aventuras, principalmente depois daquele final.
Sobre o livro:
Série: Caçada
Volume: 01
Autor: Andrew Fukuda
Editora: Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 287
