Aos 7 e aos 40 é a história de uma vida contada em dois tempos, infância e meia-idade, de maneira a sublinhas a distância irrecuperável, aberta pela passagem de cada dia, entre o que fomos e aquilo que nos tornamos. Marca dos belos livros de contos escritos pelo autor, esse tempo elegíaco, em que a aparição e desaparecimento se confundem a todo instante, ganha uma força nova por meio da estrutura narrativa engenhosa deste seu primeiro romance.
Sabe aquela leitura que você começa sem esperar nada e acaba amando a forma que o livro é desenvolvido? Foi o meu caso com “Aos 7 e aos 40”.
Quando a infância é retratada, os acontecimentos não são lineares e contam momentos importantes na vida do protagonista. Ao falar da vida adulta - essa fase, sim, com acontecimentos em ordem cronológica - vemos como o autor tenta fazer o paralelo entre este momento e as experiências vividas na infância. Foi uma forma muito dinâmica de contar sobre a vida do personagem e faz o leitor se sentir íntimo dele, mesmo que não saibamos em momento algum o seu nome.
É muito interessante também como a diagramação do livro reforça essas duas fases: quando a história se remete a época em que o protagonista tem 7 anos o texto é escrito do início da página até a metade, quando se trata da época em que ele tem 40 anos, o texto é da metade da página para o final.
Não vou me aprofundar para não contar demais sobre o livro, que é bem curtinho, mas é uma leitura muito boa, com a narrativa muito agradável e que cria uma identificação com o leitor já que se trata de acontecimentos do cotidiano. Já estou lendo outro livro do autor e logo posto minha opinião.
Sobre o livro:
ISBN: 9788540504370
Autor: João Anzanello Carrascoza
Editora: Cosac Naify
Ano: 2013
Páginas: 160
Editora: Cosac Naify
Ano: 2013
Páginas: 160