quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Resenha: Na Natureza Selvagem

Nina Duoli

Incrível é a primeira palavra que me vem a cabeça sempre que escuto falar em Na Natureza Selvagem. Eu conheci o filme pouco depois de ter saído do cinema... baixei na internet, vi, enlouqueci, comprei e já vi 1000x. Mas nada é como ganhar o livro depois e conseguir entender ao menos um pouquinho toda a motivação que levou Chris McCandless ao Alasca... não para a morte, mas para descobrir o real sentido da vida, que graças a Jon Krakauer, ele conseguiu alcançar.

Dois anos ele caminha pela terra. Sem telefone, sem piscina, sem animal de estimação, sem cigarros. Liberdade definitiva. Um extremista. Um viajante estético cujo o lar é a estrada. Fugido de Atlanta, não retornarás, porque “o Oeste é o melhor”. E agora, depois de dois anos errantes chega à ultima e maior aventura. A batalha final para matar o ser falso e interior e concluir vitoriosamente a revolução espiritual. Dez dias e noites de trens de carga e pegando carona trazem-no ao grande branco Norte. Para não ser mais envenenado pela civilização, ele foge e caminha sozinho sobre a terra para perder-se na natureza.
Alexander Supertramp
Maio de 1922

Quando vi o filme Na Natureza Selvagem pela primeira vez, fiquei meio confusa com o que levou Chris a se desligar completamente da família, da irmã que ele tanto amava para se embrenhar numa aventura tão perigosa e com tão pouco preparo.  Não era possível que só o fato de ser de uma família rica e seu pai ter traído sua mãe fosse um fator tão decisivo e dolorido a ponto de leva-lo a querer “sumir”.

Lendo dá pra perceber que isso foi o fator que despertou ou que libertou o verdadeiro Chris... um jovem que não tinha nascido para a sociedade que se encontrava, que tinha valores diferentes e que queria experimentar a vida e o que ele considerava ser a verdadeira liberdade.

Foi assim que Chris escreveu sua história fazendo o que a maioria das pessoas criticam, mas não tem coragem de fazer: viver a vida do jeito que querem, livres de ter que dar satisfação ao mundo dos seus atos, se serem oprimidos pelos limites que a sociedade impõe. Chris foi o que ele queria ser, o que ele veio para ser sem se preocupar com o que o mundo ao redor fosse pensar dele.

Resumindo bem a história, Chris McCandless é um rapaz de família rica que, depois de se formar na universidade resolve assumir os problemas que tem com a família e sai andando pelo país rumo ao Alasca. Ele sai sem dar noticia para sua família e só tem contatos esporádicos com Karine, sua irmã mais nova.

Na sua jornada Chris conhece várias pessoas que vão fazer parte da sua história e com quem ele mantem contato durante a viagem, indo e voltando para reencontrar essas pessoas muitas vezes. Por causa da falta de preparo muitas vezes ele se vê em algumas enrascadas, como na vez em que se perde no Golfo do México, ou quando se depara com a  dificuldade em caçar e manter a caça quando já está no Alasca.

O legal é que para escrever a biografia Krakauer refez todo o caminho de McCandless e conversou com todas pessoas com quem o garoto se encontrou e com sua família, o que torna a história muito mais profunda e verdadeira.  A história vai e volta para que possamos entender todos os pontos em que Chris esteve, qual era o sentimento dele e desvendar os porquês de tudo.

Mesmo muitas pessoas falando que Chris era um maluco sem causa, Krakauer conseguiu mostrar por meio dos depoimentos apaixonados das pessoas que cruzaram com Chris que ele tinha um verdadeiro amor pela natureza e pela vida simples. Que para ele a natureza tinha muito mais valor do que dinheiro ou bens ou qualquer outra coisa e que mesmo sendo uma pessoa que tinha dificuldades com a sociedade, sabia ser sociável e foi muito querido por todos com quem cruzou.

Krakauer também conta a história de outros aventureiros que assim como Chris resolveram largar tudo para viver na natureza... inclusive a dele mesmo. São historias muito parecidas, até mesmo os motivos, que tiveram finais tristes como a de Chris ou felizes como a do próprio autor.

Vale muito a pena ler e ver o filme. Principalmente no filme você vai perceber e até dar razão a Chris sobre o porque de querer ir para o Alasca. Você vai se deparar com paisagens maravilhosas de perder o folego, que talvez não consiga captar somente lendo, mas a leitura é importante para entender melhor o que se passava na cabeça de Chris e a intensidade com que ele viveu toda sua aventura.

E se você pensa que só porque acabou cedo a vida de Chris não foi feliz e plena, você vai descobrir que para ele toda a grandeza na vida estava no que ele conseguiu realizar, que era seu sonho e seu objetivo.

“Eu queria movimento e não um curso calmo de existência. Queria excitação e perigo e a oportunidade de sacrificar-me por meu amor. Sentia em mim uma superabundância de energia que não encontrava escoadouro em nossa vida tranquila.”
Leon Tolstoi. “Felicidade Familiar. Trecho sublinhado em um dos livros encontrados com os restos de Chris McCandless.


Sobre o livro:

Título: Na Natureza Selvagem. A Dramática História de um Jovem Aventureiro.
Páginas: 214
Ano: 1998
Assunto: Biografias

Sobre o Filme:

A adaptação do livro para o filme é muito boa...boa mesmo. Então sugiro vocês a lerem o texto/ resenha do CINEMA DE BUTECO. É um texto lindo que exprime bem todos os sentimentos do filme! Lá também vocês podem ver a ficha técnica completa e o trailer. É só clicar na foto abaixo!




3 comentários:

  1. sempre que tive a oportunidade de comprar esse livro, acontecia alguma coisa e eu deixava para depois. será o meu presente de natal. e preciso rever logo o filme e mergulhar de novo na história linda. e na trilha sonora do eddie vedder... s2

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  2. Eu já tive vontade de ver esse filme, mas o dvd aqui de casa está dando problema e ver pelo computador é chato ás vezes. Adorei a resenha!! Não tinha ideia de que o livro era uma biografia, mas mesmo assim parece ser interessante.


    Beijos, Julia
    Tijolinha, Books & Fanfics

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  3. Tão linda tua resenha, chefa. O livro parece emocionante e nunca tinha lido nada sobre ele. Agora quero ler logo! ver as alegrias, tristezas e as aventuras que ele contém.

    Beijos

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