domingo, 2 de dezembro de 2012

RESENHA: Branca como o leite, vermelha como o sangue


Monique Melo

“Leo é um garoto de dezesseis anos como tantos: adora o papo com os amigos, o futebol, as corridas de motoneta, e vive em perfeita simbiose com seu iPod. As horas passadas na escola são uma tortura, e os professores, “uma espécie protegida que você espera ver definitivamente extinta”. Apesar de toda a rebeldia, ele tem um sonho que se chama Beatriz. E, quando descobre que ela está terrivelmente doente, Leo deverá escavar profundamente dentro de si, sangrar e renascer para a vida adulta que o espera.”

Esse livro tem um enredo lindo. Muito poético e com analogias a cor que me encantaram, a narrativa do autor me prendeu de uma forma que foi bem difícil parar de ler. Sua escrita fluida e contemporânea instiga a leitura e vicia o leitor.


O Leo é um adolescente cheio de problemas e comportamento típicos da sua idade, mas ele tem uma forma diferente de pensar sobre eles. Sua relação com o melhor amigo (Nico), com sua confidente (Silvia) e seu amor (Beatriz) é trabalhada com características próprias e mostra a importância de cada um na vida do Leo. Seus professores também são dignos de destaque, principalmente no que se refere ao Sonhador, sempre com suas aulas que fazem pensar e agir de forma diferente. Um professor que todo mundo gostaria de ter. O pai do Leo também foi outro personagem a somar boas conversas em sua caminhada.

O amadurecimento do Leo frente aos acontecimentos e principalmente quando tem que enfrentar uma perda, é muito bem desenvolvido. Percebe-se claramente o que vai modificando em suas atitudes conforme ele vai buscando seus sonhos, sem deixar que sua personalidade autêntica seja alterada.

As referências são ótimas! Muito engraçado ler o Leo chamando o professor de religião de Gandalf (O senhor dos anéis) e citando Harry Potter, Dante... Como ele também é muito ligado em música cita bastante os artistas italianos e o autor usa algumas letras para destacar ainda mais determinados momentos.

O ruim do livro é que acaba muito rápido. Quando você percebe, já está se despedindo de uma história linda sobre a adolescência, a intensidade do primeiro amor e primeiras dores. Sobre os objetivos ainda não definidos. Sobre os sonhos que ainda não temos. Um livro para fazer pensar. Um livro para tingir de cores fortes o silêncio branco. Recomendo.

Sobre o livro:
Branca como o leite, vermelha como o sangue
Autora: Alessandro D'Avenia
Ano: 2011
Editora: Bertrand Brasil           
Páginas: 368