quarta-feira, 18 de junho de 2014

RESENHA: Silo (Livro 1)

O que você faria se o mundo lá fora fosse fatal, se o ar que respira pudesse matá-lo? E se vivesse confinado em um lugar em que cada nascimento precisa ser precedido por uma morte, e uma escolha errada pode significar o fim de toda a humanidade?Essa é a história de Juliette. Esse é o mundo do Silo.Em uma paisagem destruída e hostil, em um futuro ao qual poucos tiveram o azar de sobreviver, uma comunidade resiste, confinada em um gigantesco silo subterrâneo. Lá dentro, mulheres e homens vivem enclausurados, sob regulamentos estritos, cercados por segredos e mentiras.Para continuar ali, eles precisam seguir as regras, mas há quem se recuse a fazer isso. Essas pessoas são as que ousam sonhar e ter esperança, e que contagiam os outros com seu otimismo.Um crime cuja punição é simples e mortal.Elas são levadas para o lado de fora.Juliette é uma dessas pessoas. E talvez seja a última.

O autor não se preocupa com o tempo que leva para expor seu enredo, desde que ele seja bem trabalho e atinja seu objetivo. O começo é um pouco confuso, acompanhamos capítulos que alternam entre presente e passado e me senti surpresa com uma coisa que aconteceu, mas que deu o tom certo de como seria o livro.


Hugh Howey nos apresenta o Silo aos poucos e de uma forma que eu fiquei visualizando como o espaço seria e seu esquema de organização: os seus andares, a separação dos serviços necessários, como hospital, refeitório, delegacias. A forma que eles profissionalizam os habitantes, como aprendizes, chamados aqui de "sombras" também me chamou a atenção.

O livro envolve muita política e regras, o que é normal quando se trata de uma distopia. Interesses políticos estão presentes em quase todas as atitudes de vários personagens e um entre eles parece guardar o mais terrível segredo do Silo. Esse personagem me deu muita raiva, confesso. Afinal, imagina manipular tudo que acontece dentro de um lugar com mais de cem andares, desde o material empregado em determinadas tarefas ao sistema de comunicação.

Os personagens são bem trabalhados também e Juliette é meu tipo de personagem favorita: muito inteligente, sem medo de expor o que pensa, forte sem ser insensível. Jahns e Marnes também me agradaram imensamente, entre outros que não vou comentar para não deixar a resenha mais gigante do que está. Pena que muitos dos meus personagens favoritos não vivem o suficiente para que eu me apaixone mais.

 Um ponto que gostei bastante foi a narrativa. O autor não elege somente um personagem pelo qual vamos acompanhar as descobertas dos segredos e mentiras do Silo, mas sim vários. Acompanhamos em sua maioria, o ponto de vista da Juliette, mas temos também, Lukas, Knox, Jahns, entres outros, e isso deixou a leitura muito mais dinâmica e interessante.

Todo o livro passa muita adrenalina para o leitor, mas tenho que destacar as últimas cem paginas. Eu surtei muito com os acontecimentos e ficava agoniada em algumas partes, porque tudo parecia que ia dar errado. E algumas coisas realmente deram! Reviravoltas não vão faltar, podem ter certeza.

Apesar de ser o primeiro de uma série, o autor fecha a história que propôs neste volume. Obviamente, algumas coisas ficam pendentes e deixa aquela curiosidade pelo próximo. E espero que ele seja publicado logo. Leiam!


Sobre o livro:
Silo (Wool)
ISBN:  9788580574739
Série: Silo
Volume:01
Autor: Hugh Howey
Editora: Instrinseca
Ano: 2014
Páginas: 512
Site: Aqui