Meu nome é Mary Iris Malone, e eu não estou nada bem.” Após o inesperado divórcio dos pais, Mim Malone é arrastada de sua casa em Ohio para o árido Mississippi, onde passa a morar com o pai e a madrasta e a ser medicada contra a própria vontade. Porém, antes mesmo de a poeira da mudança baixar, ela descobre que a mãe está doente. Mim foge de sua nova vida e embarca em um ônibus com destino a seu verdadeiro lugar, o lar de sua mãe, e acaba encontrando alguns companheiros de viagem muito interessantes pelo caminho. Quando a jornada de mais de mil quilômetros toma rumos inesperados, ela precisa confrontar os próprios demônios e redefinir seus conceitos de amor, lealdade e sanidade. Com uma narrativa caleidoscópica e inesquecível, Mosquitolândia é uma odisseia contemporânea, uma história sobre as dificuldades do dia a dia e o que fazemos para enfrentá-las.
Mosquitolândia me despertou muitos sentimentos. Inicialmente, confusão definiria minha experiência de leitura já que Mary Iris Malone, a Mim, tem uma forma de pensar e, consequentemente, de falar e escrever muito peculiar. Sua linha de raciocínio não é o que chamaríamos de ordenada, mas faz sim sentido, principalmente quando se entende as diversas referências que ela utiliza. E não são poucas.
Passada a fase de confusão, pude focar nas relações familiares da Mim: o pai preocupado em excesso com sua saúde mental, uma madrasta detestada, uma mãe que não se comunica com a filha durante semanas. Suas motivações sobre a viagem são tantas e no decorrer do livro, parecem aumentar conforme a Mim vai encarando a si mesma.
As amizades da Mim enquanto faz sua longa viagem são os mais diferentes tipos: da idosa com uma caixa misteriosa, um garoto com fascinação por coisas brilhantes ao rapaz bonito com olho roxo, ela vai descobrindo muito de si mesma espelhando-se e sendo também modificada por cada pessoa que contribui com seu caminho. É uma jornada de autoconhecimento onde não só coisas boas acontecem e as situações forçam Mim a questionar muitas das suas decisões e pesar o que realmente é importante, bem como algumas coisas não são bem o que parecem.
A história em si já nos convida a diversas reflexões sobre os relacionamentos e como encaramos os problemas do cotidiano. Não sei como ficou na versão americana, mas o acrônimo para Mary Iris Malone, Mim, me redeu alguns questionamentos durante o texto já que parecia que o sentido de algumas frases podia tanto se referir a personagem quanto ao leitor.
David Arnold opta por deixar algumas pontas soltas. Não são aqueles finais abertos que deixam tudo por conta do leitor, mas ele não se prende em dar todas as respostas em detalhes. O leitor sabe o que vai acontecer se entendeu o caminho pelo qual ele conduziu a história e se prestar atenção nas descobertas da Mim.
É um livro que vai trazer uma experiência diferente para cada leitor. A história se tornou mais atrativa para mim da metade para o final do livro. Antes minha confusão atrapalhou um pouco o andamento da leitura, mas depois fui ficando muito curiosa e animada com os acontecimentos e terminei o livro sabendo que gostei do que li, mas sem conseguir quantificar o quanto. Gostaria muito de saber se vocês se sentiram assim também e se ficaram impressionados com algumas descobertas da Mim como eu fiquei. Leiam!
Sobre o livro:
ISBN: 9788580577792
Autor: David Arnold
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Páginas: 352
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