Não basta ter perdido os poderes divinos e ter sido enviado para a terra na forma de um adolescente espinhento, rechonchudo e desajeitado. Não basta ter sido humilhado e ter virado servo de uma semideusa maltrapilha e desbocada. Nããão. Para voltar ao Olimpo, Apolo terá que passar por algumas provações. A primeira já foi: livrar o oráculo do Bosque de Dodona das garras de Nero, um dos membros do triunvirato do mal que planeja destruir todos os oráculos existentes para controlar o futuro.
Em sua mais nova missão, o ex-deus do Sol, da música, da poesia e da paquera precisa localizar e libertar o próximo oráculo da lista: uma caverna assustadora que pode ajudar Apolo a recuperar sua divindade — isso se não matá-lo ou deixá-lo completamente louco.
Para piorar ainda mais a história, entra em cena um imperador romano fascinado por espetáculos cruéis e sanguinários, um vilão que até Nero teme e que Apolo conhece muito bem. Bem demais.
Nessa nova aventura eletrizante, hilária e recheada de péssimos haicais, o ex-imortal contará com a ajuda de Leo Valdez e de alguns aliados inesperados — alguns velhos conhecidos, outros nem tanto, mas todos com a mesma certeza: é impossível não amar Apolo.
Estava ansiosa pelo segundo volume de "As provações de Apolo". O primeiro livro, "O oráculo oculto", foi uma agradável surpresa por trazer o mesmo ritmo da série Percy Jackson, e nesta continuação isso não foi perdido, para minha felicidade!
Apolo é um personagem muito rico. As comparações sobre sua atual condição a vida imortal como um deus são hilárias. Ele é tão convencido e, ainda sim, cativante. Como não amá-lo quando a preocupação dele com a Meg é constante? E as mudanças que vai sofrendo cada vez que precisa superar um obstáculo mostra seu amadurecimento, embora ainda precise de um pouco menos de narcisismo.
E como não adorar a Meg? Ela tem uma bagagem sofrida, o abuso emocional que ela sofreu é evidente, e precisou dar conta de si mesma bem cedo, mas percebemos que ainda tem aquele resquício de infância mesmo que seu lado durão se destaque.
Dos personagens novos que "Os heróis do Olimpo" nos apresentou, Leo é, sem dúvida, o meu preferido. Adoro o senso de humor e sua empolgação com invenções mecânicas sempre me divertem, então tê-lo em "A profecia das sombras" só somou ao enredo, além da aparição de outros semideuses, animais e uma gama de personalidades distintas que sempre dão o recado principal do tio Rick: união, perdão, família (não somente a de sangue) e o amor em todas as formas.
O que sempre fica em destaque para mim nesta série é a reflexão do Apolo sobre como ele via determinados acontecimentos em sua posição de deus olimpiano e como é na verdade agora que ele é humano. Mostra muito da personalidade não somente dele, mas de todos os deuses e é uma questão que vai modificando muito suas atitudes.
Em determinado momento, Leo faz uma brincadeira sobre sempre ter um tempo curto para resolver o problema da vez. Quem acompanha aos livros do Riordan sabe bem disso, de sua tão conhecida forma de desenvolver o enredo com agilidade e emoção, mas com tantos personagens interessantes e assuntos relevantes, dificilmente suas histórias se tornam repetitivas ou óbvias. Principalmente porque o autor adora terminar seus livros em algum momento instigante (adorei a surpresa dessa vez!). Eu sempre me vejo conquistada por suas ideias e narrativa, então claro que recomendo demais a leitura.
Sobre o livro:
ISBN: 9788551001714
Série: As provações de Apolo
Volume: 02
Autor: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Ano: 2017
Páginas: 336
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