A última região habitada do mundo, Untherak, é povoada por humanos, anões e gigantes, sinfos, kaorshs e gnolls. Nela, a deusa Una reina soberana, lembrando a todos a missão maior de suas vidas: servir a Ela sem questionamentos. No entanto, um pequeno grupo de rebeldes, liderado por uma figura misteriosa, está disposto a tudo para tirá-la do trono.
Com essa fagulha de esperança, mais indivíduos se unem à causa e mostram a Una que seus dias talvez estejam contados. Um grupo instável e heterogêneo que precisará resolver suas diferenças a fim não só de desvendar os segredos de Untherak, mas também enfrentar seu mais terrível guardião, o General Proghon, e preparar-se para a possibilidade de um futuro totalmente desconhecido. Se uma deusa cai, o que vem depois?
Ordem Vermelha: Filhos da Degradação é o preâmbulo da jornada de quatro improváveis heróis lutando pela liberdade de um povo, um épico sobre resistir à opressão, sobre lutar contra o status quo e construir bravamente o próprio destino. Porta de entrada para um novo mundo com inspirações de fantasia medieval, personagens marcantes e uma narrativa que salta das páginas a cada vila, ruela e beco de Untherak. O primeiro livro de fantasia que a editora Intrínseca lança em parceria com a CCXP - Comic Con Experience, escrito por Felipe Castilho em cocriação com Rodrigo Bastos Didier e Victor Hugo Sousa.
Eu adoro fantasia. Na verdade, é praticamente meu gênero favorito, embora saiba que não tenho o costume de ler os autores nacionais que se dedicam a ela (estou tentando mudar isso), peguei "Ordem Vermelha" bem empolgada porque a sinopse me agradou. E, nossa, que ótima decisão eu tomei.
Para mim é necessário que o mundo novo que nos apresentam seja inserido de uma maneira dinâmica, e começou exatamente assim. As explicações sobre governo e sociedade vem junto com os personagens e acontecimentos, e dá a dimensão certa do quão o sistema é injusto e autoritário.
Temos críticas claras a exploração de pessoas, ao entretenimento como forma de impor medo e a religião como foco do governo. Difícil não fazer um paralelo com nossa realidade, dentro das devidas proporções, e como a manipulação de narrativa e informação formenta as atitudes de uma população.
Também é importante ter personagens que sejam a voz dos explorados e da rebelião contra o sistema, e se o leitor desenvolver empatia por eles, melhor. E me vi adorando Raazi e Aelian e suas histórias de sofrimento, a rabugice de Harun, a aura misteriosa de Aparição... É tão bom ver que o protagonismo são deles todos, dentro do que podem contribuir com seus talentos.
O projeto gráfico está muito bem feito. Fiquei feliz em ter o mapa de Untherak, ajudou demais a entender algumas descrições. Cada parte das três contidas no livro é iniciada com o relato de uma pessoa que não identificamos até chegar no final, embora eu tenha desconfiado de quem era, e essa página é preta com letras brancas, marcando bem a passagem. Todo capítulo tem uma diagramação diferente na primeira página, e gostei do efeito.
Não conhecia o trabalho do Felipe e fico feliz de ter esse primeiro contato através desse livro. Sua narrativa é boa, as descrições não são cansativas e os personagens conquistam, além de encontrarmos muita representatividade. E ele sabe inserir surpresas, inclusive uma delas foi no final do livro e me fez desejar imensamente ter o segundo volume em mãos.
Sobre o livro:
ISBN: 9788551002698
Série: Ordem Vermelha
Volume: 01
Autor: Felipe Castilho
Editora: Intrínseca
Ano: 2017
Páginas: 448
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