quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

RESENHA: A filha das profundezas

Em sua mais nova aventura, Rick Riordan constrói uma releitura apaixonante e divertida de Vinte mil léguas submarinas, clássico de Júlio Verne
Depois de nos encantar e nos fazer gargalhar com as façanhas e confusões de inúmeros deuses, semideuses e pobres mortais desavisados, o autor best-seller da série Percy Jackson e os olimpianos se lança em uma nova aventura, dessa vez no fundo do mar. Inspirado em Vinte mil léguas submarinas, clássico de Júlio Verne, Riordan nos conduz em uma viagem eletrizante até as profundezas do oceano.
Ainda em terra firme, conhecemos Ana Dakkar, uma das estudantes mais dedicadas da Academia Harding-Pencroft, uma escola que forma os melhores cientistas marinhos, guerreiros navais, navegadores e exploradores submarinos do mundo. Seus pais morreram em uma expedição científica dois anos antes, e a única família que lhe restou foi o irmão mais velho, Dev.
A jovem e os demais alunos de sua turma se preparam para uma prova final importante e secreta. Ana tem muitas expectativas para a atividade, que vão por água abaixo quando testemunha uma terrível tragédia que mudará para sempre sua vida e a de seus amigos. Para piorar, a escola rival, o Instituto Land, está determinada a transformar os alunos da Harding-Pencroft em comida de peixe. Animador, não?
Correndo contra o tempo, contra inimigos ameaçadores e contra as próprias inseguranças, Ana descobre ser herdeira de um legado ancestral lendário, e precisará liderar uma missão mortal para salvar seus companheiros e o lugar que aprendeu a chamar de lar.
Com uma trama que reúne mistério, aventura, personagens apaixonantes e inúmeras referências à obra de Júlio Verne, A filha das profundezas é uma história imperdível sobre família, amizade e coragem, trazendo o olhar único de Rick Riordan sobre os erros e acertos daqueles que vieram antes de nós.

Ser um livro de Rick Riordan já seria motivo suficiente para querer ler A filha das profundezas, mas com o tema se afastando tanto da mitologia presente em suas últimas publicações certamente atiçou minha curiosidade.

Foi bem criativo aproveitar o enredo escrito por Verne como base para as aventuras deste plot. É interessante relembrar ou conhecer algumas passagens do livro original e o quanto dele é tomado como cânon para definir o passado da Anna e de alguns outros personagens. É ótima a descrição das invenções e do funcionamento dos navios.

Os personagens são o que mais gostei apesar da fantasia detalhada. Os questionamentos e decepções da Anna são muito críveis, afinal quem não passou ou passa por dúvidas sobre si mesmo e as perspectivas das outras pessoas sobre a própria vida. Amei a Nelinha, personagem brasileira, uma especialista em sistemas mecânicos e muito estilosa. Minha personagem preferida foi a Esther, ela é autista, sensível carismática e sempre com observações necessárias. Já faz um tempo que o autor se comprometeu a representar seus fãs, e ele parece cada vez mais confortável em fazer essa adição. Também há uma preocupação em retratar os personagens com seus lados bons e ruins, como pessoas que podem ser melhores, rever seus erros e seguir um bom caminho.

O desenvolvimento do livro tem uma mistura necessária. É um enredo mais voltado para o público infanto juvenil ao mesmo tempo que trata temas muito sérios como luto, perda, futuro. Gosto e acho importante que se faça essa mistura pois são sentimentos que alcançam todos nós independente da idade.

A escrita do Rick Riordan sempre me agrada porque ele tem o dom de conseguir passar as emoções certas no momento mais propício. O último do livro me impactou bastante e me pareceu tão real, o tipo de cena que me faz gostar tanto do autor e ter certeza que sempre irei lê-lo.

Sobre o livro:
ISBN: 9786555601084
Autor: Rick Riordan
Tradução: Giu Alonso e Ulisses Teixeira
Editora: Intrínseca
Ano: 2021
Páginas: 336

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