quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Lemos na Fábrica: Novembro 2022

Novembro foi mês de #BingoLitNegra e não vou negar: fiquei orgulhosa de mim. Li tudo antes do tempo, me concentrei em leituras que me foram bem queridas e ainda adicionei mais algumas por conta do mês da Consciência Negra. 


"Solitária", Eliana Alves Cruz: Meu primeiro contato com a escrita da Eliana Alves Cruz foi maravilhoso, apesar dos assuntos pesados que foram abordados. Amei como a história da Mabel e da Eunice é separada por capítulos com nome de ambientes de uma casa/ edifício e nela podemos ver toda a complexidade que envolve a relação entre patrões e empregadas domésticas, além dos vários preconceitos e injustiças. Resenha aqui.


"Reticências", Solaine Chioro: Minha primeira leitura para o #BingoLitNegra foi muito legal. A Solaine escreve de uma maneira muito leve embora tenha sim assuntos um pouco mais pesados, principalmente quando o fator raça entra na equação. Mas é super divertido ver dois amigos no mundo virtual se estranharem tanto na vida real já que ambos preferiram se manter anônimo para o outro. Fiquei torcendo muito para na realidade eles se aproximarem e serem tão companheiros (e outras coisas) como eram on-line. 


"Se Liga, Dani Brown (Irmãs Brown # 2)", Talia Hibbert: Se liga, Dani Brown conta com dois protagonistas cativantes. Dani é inteligente, confiante na maioria dos aspectos da própria vida, inclusive a sexualidade. Zaf precisou muita coragem e ajuda para seguir em frente e tenta levar esse aprendizado para outras pessoa. A amizade deles é muito legal, os dois tem famílias adoráveis e o namoro de mentira é o clichê que dá muito certo com a personalidade que a autora deu a eles. Me diverti muito com a leitura que escolhi para o #BingoLitNegra. Resenha aqui.


"Instruções para dançar", Nicola Yoon: A Nicola arrasou com meu coração em Instruções para dançar. A trama nos mostra através de Evie como o amor vale a pena, mas que também tem seus percalços. Eu gostei como a autora foi construindo as mudanças que nossa protagonista passa, os erros e acertos, e os relacionamentos dela com a família e amigos. A autora espelhou muito do que estava sentindo no livro e dá para perceber claramente ao longo das páginas. Eu gostei muito da experiência e Nicola Yoon segue sendo uma aposta sempre segura. Resenha aqui.


"Felix para sempre", Kacen Callender: O começo da leitura de Felix para sempre foi um tanto arrastada, mas depois fiquei muito imersa nos questionamentos dele sobre si próprias e as suas relações. A maneira que ele foi retratado me pareceu muito verdadeira, suas dores e amores muito condizentes e gostei de ter um protagonista trans, me abriu a mente para algumas questões que não percebia antes. Logo tem resenha. 


"John Redding vai ao mar - Até onde você iria para realizar os seus sonhos?(Clube da Caixa Preta # 2)", Zora Neale Hurston: Fui com uma expectativa totalmente diferente para o conto e levei uma rasteira enorme de John Redding vai ao mar. A narrativa vai te preparando para uma forma diferente de final e quando ele se aproxima o sentimento é de medo do que encontrar ao mesmo tempo que uma paz triste invade. Zora foi mais uma vez brilhante.


"Talma Gordon (Clube da Caixa Preta #3)", Pauline Hopkins: Foi bem interessante como o conto foi desenvolvido. Fiquei curiosa o tempo todo, criando mil teorias para explicar o que realmente aconteceu e fiquei sentida como o destino da família foi triste. Mesmo com essa tristeza, é difícil não se irritar com regras tão arcaicas onde mulheres sempre saem perdendo e gostei da crítica feita pela autora. 


"Voando para casa (Clube da Caixa Preta # 27)", Ralph Ellison: Como as pessoas brancas conseguem acabar com a auto estima de uma pessoa negra, não é? Nem no momento da realização dos próprios sonhos conseguem se ver feliz porque sempre terá aquele senão, aquela falta de reconhecimento e o sentimento de inferioridade. O conto mostra bem isso e é triste ver o quanto ainda é real. 

E as leituras de vocês? Como estão?

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