quarta-feira, 28 de abril de 2021

Lemos na Fábrica: Março 2021

 Meu Março foi recheado e ando bem feliz com a diversidade de temas envolvidos. Vamos conferir?

"Sem gentileza", Futhi Ntshingila: Sem gentileza foi minha escolha de março para o desafio #LeituraPreta e não me recordo de ter lido alguma ficção sobre o apartheid, então foi uma grata surpresa encontrar o assunto neste livro. Também me surpreendeu como as três mulheres protagonistas são atingidas pelo machismo, violência e pobreza ao ponto das escolhas delas serem tão limitadas. Me doeu muito como o mundo de Mvelo vai deteriorando e as perdas que sofre só acentuam essa dor. Resenha aqui.


"É assim que se perde a guerra do tempo", Amal El-Mohtar e Max Gladstone: um enredo maravilhoso contado através de cartas, onde cada troca é poesia pura. Red e Blue se envolvem de uma maneira muito natural, mesmo no meio de uma guerra atemporal, e me vi totalmente conquistada pela escolha narrativa para contar o relacionamento das duas. Logo tem resenha.


"Norwegian Wood", Haruki Murakami: Mais uma leitura para o desafio #LendoMurakamiEm2021e foi bem melancólica, com situações tristes onde superar e seguir em frente era necessário. Tenho algumas reclamações sobre certos pontos, mas farei resenha e explicarei melhor.


"A metade perdida (Intrínsecos #30)", Brit Bennett: Ainda estou tentando processar a leitura, pois tem tantos pontos para se falar. Colorismo é o central, e imagino que foi a primeira vez que li sobre de uma maneira tão enfática. Também aborda outros temas muito importantes e que não esperava encontrar quando comecei a leitura, mas fiquei feliz em estar lá. Outro livro que estou vendo a melhor forma de passar o que senti.



"As 29 poetas hoje", Adelaide Ivánova; Maria Isabel Iorio; Ana Carolina Assis; Elizandra Souza; Renata Machado Tupinambá; Bruna Mitrano; Rita Isadora Pessoa; Ana Fainguelernt; Luz Ribeiro; Danielle Magalhães; Catarina Lins; Érica Zíngano; Jarid Arraes; Luna Vitrolira; Mel Duarte; Liv Lagerblad; Marília Floôr Kosby; Luiza Romão; Raissa Éris Grimm Cabral; Cecília Floresta; Natasha Felix; Nina Rizzi; Stephanie Borges; Regina Azevedo; Valeska Torres; Bell Puã; Yasmin Nigri; Dinha; Marcia MuraAs 29 poetas hoje é um livro atual com questões necessárias como feminismo, machismo, violência, preconceito, sexualidade e onde os poemas mostram a luta particular de cada poetisa, além do contraste entre o que a sociedade espera das mulheres e a infinidade de possibilidades que todas deveriam ter. Muitos dos poemas me tocaram bastante, e todos eles tem uma força incrível e dificilmente alguém não se sente representado. Resenha aqui.


"A porta do muro (Sociedade das Relíquias Literárias #05)", H. G. Wells: li A porta do muro, conto da série Contos Fantásticos, Sociedade das Relíquias Literárias e foi bem interessante. O aparecimento da porta durante o crescimento do protagonista, em geral nos momentos mais decisivos, me deixava bem ansiosa porque imaginava se a escolha dele fosse diferente, em que implicaria no dia a dia, no futuro dele? Gosto quando uma leitura me faz pensar os tantos "e se" que poderiam acontecer.


"O garoto do dia e a garota da noite (Sociedade das Relíquias Literárias #12"), George MacDonald: O garoto do dia e a garota da noite foi um conto de fadas delicado e que trata de dualidades desde as características de Fotógeno, criado durante o dia, e Nycteris, que somente conhecia a noite. Enquanto os dois descobrem o que o outro período do dia reserva conseguimos identificar suas qualidades e medos, e as transformações necessárias para se adaptar ao desconhecido.


"Os ratos do cais (Clube da Caixa Preta #07)", Eric Walrond: O conto do mês de Março do Clube da Caixa Preta foi Os ratos do Cais que se passa durante a construção do canal do Panamá. Eric Walrond nos mostra a exploração do povo negro durante a construção e evidencia o tratamento desumano mesmo quando é camuflado de caridade e desconstrói a visão vendida pelos brancos das pessoas que viviam alí. Também dá destaque ao aspecto religioso fazendo o leitor se questionar se determinados acontecimentos são coincidências ou resultado de um poder oculto.


"Santuário (Clube da Caixa Preta #04)", Nella Larsen: Estou lendo os contos de 2020 do #ClubeDaCaixaPreta e Santuário me surpreendeu muito. Estou até agora pensando na decisão de Annie e como ela fez da proteção do seu povo, representado por Jim, prioridade frente a "justiça" branca. Sua decisão é tão difícil, ainda sim a certeza que ela demonstra é impactante. Queria muito ter participado do debate sobre Santuário, imagino que tenha sido enriquecedor. 


"Dentro do bosque (Projeto Cápsula)", Ryunosuke Akutagawa: Uma leitura interessante onde um crime tem várias perspectivas contadas por pessoas diversas e no final acabamos com vária dúvidas sobre o que realmente aconteceu. 


"La caída de la casa Usher", Edgar Allan Poe: Outro conto que li em espanhol para treinar e gostei demais. O enredo vai se desenrolando sem dar muita chance para adivinharmos o que vai acontecer, então fiquei espantada com o final.


"Duna - Graphic novel - Volume 01", Frank Herbert, Kevin J. Anderson, Raul Allen, Patricia Martin e Brian Herbert: Não ter lido o emblemático livro de Frank Herbert é um falha na minha vida de leitora, mas creio que a graphic novel ajuda a diminuir minha culpa. Nessa adaptação realizada pelo filho do autor, Brian Herbert, e Kevin Anderson conseguimos ter ideia dos temas tratados na obra original e a visualização do mundo criado para Duna fica mais clara com a arte de Raúl Allén e Patricia Martín. Gostei muito da arte, fiquei curiosa com o enredo, gostaria de ter curtido um pouco mais os personagens e estou torcendo para que sua continuação tenha ainda mais impacto.


"Saintia Shô #12 e #13". Chimaki Kuori e Masami Kurumada: Passou tanto tempo desse o último volume lido de Saintia Shô que senti um pouco de dificuldade de entender o que estava acontecendo. Depois de me situar novamente, consegui aproveitar vários pontos do enredo como a importância dos cavaleiros de ouro, o passado de algumas saintias como a Katya e a ligação entre Eris e Ares. Ainda sofro com situações repetidas da saga original, mas tem acontecido com menos frequência.


"Saint Seiya - Os Cavaleiros do Zodíaco - Kanzenban #17", Masami Kurumada: O foco continua nos cavaleiros de ouro e o Shaka foi destaque na primeira parte deste volume. Ele entendeu mais rápido o objetivo dos antigos cavaleiros e agiu de acordo. Mu parece compartilhar esse entendimento e tenta passar para Aioria e Milo, e aqui me uno aos dois na desconfiança, afinal a maneira que tudo se desenrola é muito estranho. A escolha da Saori também é muito suspeita, mas funciona como o início de um arco que promete ser bem interessante.

E como estão as leituras de vocês?

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